terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

16º CAPITULO “Eu te sinto” – AMOR EM GUERRA


Menos dois heróis da pátria.
Após o primeiro momento de susto, Eddie e Demi foram para o hospital, preferiram ir apenas ao velório, na manhã seguinte.
Ao chegarem lá encontraram apenas Denise e Paul. Logan, vencido pelo cansaço, aproveitou o momento em que Paul fora buscar Denise, para voltar com ele para Fort Bragg e ir para casa.
Ambos já sabiam das mortes e também estavam chocados, eles conheciam Gabriel bem mais que John, e sentiram bastante pela perda de alguém tão jovem.

Com Joe as coisas continuavam do mesmo jeito, sem sinais de melhora, mas pelo menos, tampouco houve piora, e nesse momento, isto já era considerado motivo de festa.
_ Os médicos não estão dando muita esperança. – falou Paul com Eddie, em um lugar mais reservado, longe de Demi e Denise. Um pouco antes de ir buscar Denise, o médico que cuida de Joe, Ian, o havia chamado para lhe atualizar sobre a situação de Joe, as notícias não foram nem um pouco animadoras. Paul não comentara nada com Demi e muito menos com Denise, sabia que ambas estão desesperadas só por saber de seu coma, se soubessem que seu caso é pior do que aparenta ser, seria um desastre. Guardou apenas para si e saber o filho estava cada vez mais próximo de morrer o aterrorizou. Pior ainda foi quando descobriu a morte de John e de Gabriel, ele conhecia Gabriel, ver alguém tão jovem morrendo o fez encarar a realidade. Joe poderia sim morrer, não existe essa de “é jovem demais” ou “há planos demais”. Quando sua hora chega, ela simplesmente chega, não pergunta se você é jovem ou não, não se importa se há planos para o futuro ou não, não importar o quê ou quem está deixando para trás. Apenas acaba com tudo. _ O doutor me disse que terão que fazer uma nova cirurgia, mas que ela é bem arriscada. – falou com o olhar baixo. _ Para continuar a ter alguma chance de viver ele precisa fazer esta cirurgia, porem Ian não garante que ele possa resistir. – concluiu, usando todas as suas forças, antes de desmoronar, chorando. Paul estava tentando ao máximo controlar suas emoções, mas estava falhando feio, todos sabiam que ele chorava, seus olhos constantemente vermelhos denunciavam o que ele lutava para esconder.
Eddie se assustou no começo, não sabia muito bem o que fazer. Sabia o que era perder alguém e comprovara que nenhuma palavra de conforto ajudava em uma situação complicada como aquela. Palavras não são capazes de curar feridas, muito menos de sarar a dor, poderiam até ser ditas com as melhores intensões, como de tentar consolar a pessoa, nem que seja por um momento, mas diante do buraco que surge no coração de quem sofre, palavras, frases, eram totalmente insignificantes. Eddie não havia dito isso na época para as pessoas que sempre lhe diziam frases de consolo, algumas muito repetitivas, outras extremamente clichês, pois sabia que mesmo incomodado com as palavras que de nada traria sua mulher de volta, pelo menos assim tinha outro alguém a seu lado, tentando dar suporte. Isto lhe era suficiente, saber que pelo menos completamente sozinho ele não iria ficar.
 Depois de alguns segundos sem saber o que iria fazer para tentar ajudar, Eddie apenas abraçou o companheiro, sem medo de julgamentos, apenas o fez. Paul não se esquivou.
_ Ele é forte. – se limitou Eddie a dizer, odiou-se por estar fazendo o mesmo que fizeram no falecimento de sua mulher, dizendo frases sempre ditas, tentando consolar, mesmo sabendo que não tinha como consolar. Paul é pai, Eddie já sofria só de ver os filhos chorando, imagina a dor de saber que o filho pode não viver por muito tempo? Mas agora a frase já estava dita, e talvez não fosse tão inapropriada para o momento, afinal de contas Joe ainda estava lá, não estava? Seu coração ainda bate, seu cérebro ainda funciona, de acordo com o aparelhos ainda há funcionamento no cérebro, e Joe ainda respira, apesar desta ação ser induzida por maquinas.
Tudo bem, ele estava em uma cama, cheio de fios, não se movia, nem para abrir os olhos, não comia ou respirava sem ajuda de maquinas e, de acordo com os médicos, não tinha muitas chances de sobreviver, porem o que realmente importa era o fato de que ele ainda está vivo e enquanto há vida há esperança.
_ Espero que seja o suficiente. – falou com a voz embargada.
_Será.


JOE

Eu não podia estar mais agradecido pela presença de Eddie no apartamento. Ele realmente é um ótimo pai, estava mantendo Demi no controle, não deixando que seus impulsos a controlasse e que sua saúde fosse seriamente prejudicada pelo que estava se abatendo sobre sua vida.
Claro que o dia não tinha amanhecido da melhor maneira possível, eu acabei descobrindo que eu não durmo. Mantive-me acordado por todo um dia, sem ter mínimo sinal de sono, apesar de que senti uma pontada de cansaço. Pude ver Demi dormi, ou pelo menos tentar, primeiro não conseguia, toda hora chorava, sua dor era tão forte. O aperto que aquelas lágrimas percorrendo sua face fazia no meu coração era bem mais doloroso do que a dor que senti ao receber o tiro em minha cabeça.
Depois que ela dormiu eu continuei a observa-la, constantemente remexia-se, pude ver expressões de sofrimento em sua face, com certeza seus sonhos não estavam sendo dos melhores, e eu sabia o porquê. Na verdade, sabia quem estava causando tudo isso.
O pobre Eddie tampouco conseguiu dormir bem, ele estava cansado, eu pude ver pela sua face, o que ele mais queria – e precisa – é de um descaço. Primeiro que não conseguiu dormir enquanto percebeu que Demi já havia dormido e depois, quando começava a pegar no sono, foi despertado pelos gritos de Demi: “JOE, NÃO ME DEIXE” “VOLTE” “JOE”. Duas ou três vezes. Só aí que ela se acalmou um pouco e ambos enfim dormiram um pouco mais relaxados. Porem, logo Demi acordou, ansiando para ir para o hospital, quando não achou a chave de seu carro, acordou o pai e não o deixou em paz por horas. Mas Eddie foi forte e decidido, sem descanso ela não iria sair daquela casa. Demetria é difícil, mas não impossível, e Eddie sabe isso melhor até que eu.

Eu não estava esperando. Enquanto Demi dormia, o telefone tocara e Eddie, que nesta hora já estava mais que acordado, atendeu. Não havia boas notícias a ser ditas e sim as piores, dois companheiros meus haviam morrido no ataque. Não é a primeira vez, enterrei vários outros, mas de todos eles, sem duvida, eram os mais próximos a mim que partiram. Na minha mente se formou a imagem da mulher e dos filhos de John, na qual eu não conhecia, e depois me veio na memoria a namorada de Gabriel, elas devem estar desoladas, se eu pudesse ter feito algo para impedir que esta tragédia acontecesse, sem pensar duas vezes eu teria feito. Mas além de não salvar a vida deles, eu ainda pus a minha em uma situação lastimável.

(...)

Muita coisa precisava ser explicada, por exemplo: como eu estava aqui e no hospital ao mesmo tempo? Alguns poderiam dizer que agora eu sou um espirito ou um fantasma, mas estas coisas não aconteciam somente com os mortos? E eu estou vivo, não é? Seria possível tudo isso não passar de um sonho? Um sonho extremamente louco, triste e longo?  Eu não posso descartar nenhuma opção. Nada que eu tenha aprendido explica o que esta acontecendo agora, ninguém poderia me ajudar, eu teria que descobrir o que estava acontecendo comigo e sua solução, por mim mesmo.

Assim que Eddie e Demi se prepararam para sair eu aproveitei e fui junto, passe pela porta, assim que abriram, fazendo com que eu conseguisse sair daquele apartamento – que no fundo já estava me dando claustrofobia, eu não sei como Oliver conseguia ficar tanto tempo lá, me parece até cruel agora – entrei no elevador junto a eles e também no carro.
Se a situação não estivesse tão triste e preocupante, eu sem duvidas estaria as gargalhadas agora. Eu estava o tempo todo ao lado deles, seguindo eles, e eles nem sabiam, eu estava invisível. Se eles em algum momento desconfiassem da minha presença sem duvidas morreriam de medo, principalmente Eddie, o que ele tem de grande ele tem de medroso sobre coisas que possam ser consideradas sobrenaturais, filme de terror virava piada quando assistido ao lado dele, as caras de medo que ele faz...

Quando cheguei, logo vi meu pai, foi a primeira vez que eu os vi desde que parti, confesso que tinha me esquecido que eles estavam sofrendo tanto quanto Demi, eu me sentia mal só por ela, mas meus pais também sofriam, minha mãe parecia estar em um eterno choque, parada, com os olhos perdidos no horizonte, de nada parecia com a mulher que me deu a luz e meu pai, ele até parecia estar bem, mas era parar um pouco para olhar sua face que logo se via o sofrimento em seus olhos.
Eu estou decidido a me recuperar. Não posso deixa-los assim.

Talvez a cena tenha sido mais forte do que eu esperava que fosse. Assim que descobri onde eu estava internado, esperei que algum médico abrisse a porta do quardo e assim aproveitei para entrar também.  É bem aterrorizante se ver deitado em uma cama.
Eu não estava bem, minha cabeça enfaixada, os fios, o vai e vem dos médicos...

Eu tentei deitar na cama, “entrar” em meu corpo. Escuridão. Nada adiantou, nenhuma maquina mudou, e eu consegui “sair” do meu corpo novamente. Tentei mais vezes, mas nada funcionou e não houve nenhum sinal de que algo mudaria.
Se eu entendesse um pouco mais sobre termos médicos, eu até tentaria ajudar, tentaria ver uma solução que os médicos não estão vendo, mas eu não sei de nada, mal sei falar os nomes de remédios simples e comuns receitados para quem tem gripe, como eu poderia saber como me tirar daquele coma?

Eu tinha meio que já desistido, apenas fiquei encostado perto da janela do quarto, esperando, olhando para mim mesmo naquela cama todo entubado, esperando que houvesse algum sinal de que eu voltaria que tudo voltaria a sua normalidade, um sinal de que eu posso voltar a viver em meu próprio corpo.
No fundo eu preferia ficar no meu corpo, sem saber o quanto as pessoas sofriam por mim aqui fora, eu queria estar imune a tudo, sem sentir nada, sem ver nada.


A porta se abriu devagar e era Demi, ela andou devagar até a mim, olhava para mim por completo, agora ela não chorava, mas eu a vi chorando um pouco antes de entrar no quarto. Ela parou ao meu lado e primeiramente apenas me olhava, não consegui reconhecer seu olhar. Ela se curvou ao meu lado, na altura da minha cabeça enfaixada, e sussurrou em meu ouvido.
_ Joe, eu não sei se sou eu que estou ficando louca, mas eu realmente espero que você possa estar me escutando agora. – falou, parou um pouco, respirou fundo e depois tornou a falar. _ Ontem eu senti como se algum me tocasse... Mas o toque era tão parecido ao seu. – disse isso, se levantou um pouco e tocou em minha mão. Ainda sem soltar minha mão, tornou a se curvar perto da minha orelha.  _ Eu rezo para que eu não esteja louca. Mas eu juro que te escutei. – falou ela, para minha surpresa. Eu deveria ter falado algo, para comprovar a ela que eu realmente estava lá. Oh meu Deus! Ela pode me escutar! Eu fiquei tão feliz, que cheguei a ficar paralisado. _ Eu sei que você está aqui comigo Joe, eu te sinto.

                CONTINUA...

Postado. Espero que tenham gostado.
Sempre costumo falar a mesma coisa aqui, mas hoje eu queria mudar um pouco. Talvez eu não tenha agradecido da maneira correta o carinho que vocês têm comigo. Queria muito agradecer pelos comentários, confesso que em muitos momentos penso em parar, mas quando leio os comentários me da UP na estima e volto a escrever. Muito obrigada!
Bjssss.


Juh Lovato: Awn, prepare seu coração para não ter um heart attack tentativa de piada fail. Bom, nos meus planos muitas coisas acontecerão, algumas boas, outras nem tanto...
Agora eu também estou acompanhando sua fic, vou poder comentar também. Bjss especiais para minha fã nº1.

Anônimo: hahaha, vou continuar sim, e espero que você continue amando. Bjsss.  

sábado, 23 de fevereiro de 2013

15º CAPITULO “Menos dois heróis da pátria.” – AMOR EM GUERRA


_ Joe... Não me deixe.

Por um momento eu tive a esperança de que, de uma hora para outra, ela começara a me escutar ou talvez a me ver...

_ Demi meu amor!  Você pode me ver? – Eu estava gritando desesperado. _ Demi eu estou aqui! – Falei ainda gritando, tentando encontrar seu olhar que estava baixo.
 Na minha mente eu esperava que ela olhasse em meus olhos, que falasse comigo, mas, nada. Oliver, que podia me ver, se levantou e começou a me latir, por causa do alvoroço que eu estava a fazer.
_ Oliver. – chamou Demi, tentando acalma-lo, mas ele não parava, assim como eu também não. _ Pare Oliver! – pediu um pouco impaciente.
_Demi! Por favor, diz que você pode me ver! Por favor. – Implorei, como que eu conseguiria um solução para o meu problema se o único ser que podia me ver só sabia me latir? _ Me escute, pare um pouco e tente me escutar! – eu já estava chorando naquele momento. Imagine, eu chorando? Não sou o homem mais insensível do mundo, mas chorar era algo que eu não faço, não facilmente.

_ Demi o que esta acontecendo? - perguntou Eddie, chegando à porta.
_ Não sei, o Oliver começou a latir do nada. – respondeu. Agora o cachorro tinha parado de latir, mas ainda estava em pé, alerta, me olhando fixamente.
_ Você quer que eu o tire daqui? – perguntou ele.
_ Não, não precisa, acho que ele se acalmou. – respondeu.
_ Tudo bem, eu já estou fazendo a comida. – anunciou. _ Sei que já está meio tarde, mas estou fazendo macarrão, é a receita mais rápida que conheço. – falou com sorriso de canto.
_ Por mim tudo bem. – respondeu Demi. _ Você sabe que eu amo seu macarrão. – respondeu dando um sorriso logo após. O sorriso, para mim, não pareceu muito verdadeiro, mas acredito que Eddie nem tenha percebido ou então não tenha considerado.
_ Este é o outro motivo que pela qual eu o fiz, assim, quem sabe você não recusa? – falou. _ Qualquer coisa me chame. – disse ele saindo da porta e se direcionando para a cozinha novamente.

Eu agora observava Demi, sem toca-la, ou tentar qualquer comunicação. Oliver, com o tempo, se acalmou.
Ela agora estava sentada na cama, em perna de índio, mexendo e olhando para a mão, na qual eu lhe toquei, será que ela sentira algo?
Uma lagrima solitária saiu de seu olho.

Eu me sentia mal por tudo aquilo, eu sei que aquela lagrima era por mim, eu sabia que se agora ela estava sofrendo é por minha culpa. E agora, graças a minha teimosia, tanto ela, quanto meus pais estavam sofrendo.

DEMI

Talvez eu ainda estivesse sonolenta e tenha imaginado tudo, mas eu poderia jurar de pés juntos, que eu senti alguém tocando meu braço e minha mão. Eu sei, não tinha ninguém ali comigo, não capaz de me dar aquela sensação, mas me pareceu tão, mas tão real. Por um momento pensei ser o toque de Joe, e por isso, assim que a sensação do toque acabou, senti como se fosse ele me abandonando. A tristeza dominou minha cabeça. Eu não queria perde-lo, eu não poço perde-lo!

Dormir foi outro desafio. Após comer, mais do que eu deveria, eu e meu pai esperamos um tempo para a digestão, e depois fomos tentar dormir.
Demorou muito para que tivéssemos sucesso, pois toda hora as lembranças dos meus momentos junto a Joe vinham em minha mente e era impossível segurar o choro. Meu pai que decidiu dormir comigo, como se eu fosse uma criancinha, logo percebia que eu começara a chorar, mesmo eu tentando esconder, e tentava começar a me consolar. Nas primeiras três vezes ele me disse palavras de esperança, mas quando comecei a chorar pela quarta vez, talvez pelo cansaço dele, já que fora um longo dia, ou talvez por perceber que de nada suas palavras estavam me ajudando, ele começou apenas a me acarinhar. Ainda chorei umas cinco vezes antes de, enfim, conseguir dormir.

Do meu primeiro ao último sonho, foram todos relacionados a Joe.
No primeiro eu não sabia muito bem onde estávamos, era um lugar bem iluminado e calmo, parecia um jardim, mas eu sabia que não era, eu não podia ver onde eu estava pisando, o chão era branco, como se fosse nuvens ao invés de terra, o céu era branco, como se também estivesse tomado com as nuvens, porem o sol, na qual eu não podia ver onde estava, graças as densas nuvens, era o forte o suficiente para iluminar tudo muito bem.
O lugar me dava uma paz muito grande, não havia confusões ali, não havia problemas, doenças, guerras. Era como se minha vida não estivesse em seu pior momento.
Numa distancia, não maior que dois metros, estava Joe, me olhando fixamente, seu olhar era feliz. Ficamos um olhando para o outro por um tempo. Eu queria correr para seus braços, a minha consciência dizia isso, mas no sonho eu nem me sentia me movimentando para respirar.
Ele começou a andar para mim, lentamente, sem nenhuma pressa, porem, mesmo estando consideravelmente perto um do outro, por mais que ele andasse a distancia ainda continuava.
Aos poucos ele foi desaparecendo da minha visão. Em uma hora ele era tão humano quanto eu, tão solido quanto eu, e depois, pouco a pouco ele foi desaparecendo da minha frente, como se ele estivesse se tornando transparente, até que eu não o pudesse ver mais.
Todos os sonhos que eu tive foram assim, eu e ele, fazendo algo ou estando em algum lugar na qual eu não sabia onde, nunca chegamos a nos tocar, mas sempre estávamos perto. Todos os sonhos terminaram com ele desaparecendo da minha visão.
Para mim os meus sonhos significavam apenas uma coisa: Eu estou perdendo Joe.

--

_ Pai, eu quero ir agora. – pediu Demi. Já era oito da manhã, Demi havia acordado as cinco e meia e desde então irritava Eddie, querendo que ele a levasse de volta ao hospital. Ela poderia muito bem pegar seu carro e ir dirigindo até lá, mas Eddie, espertamente escondeu a chave da filha, antes de dormir. Demi já havia procurado por todos os cantos e não havia as encontrado.
_ Nada mudou Demi, descanse um pouco mais, você está precisando. – falou Eddie, pela vigésima vez.
_ Você sabe que eu não vou desistir. – disse Demi decidida.
_ Você sabe que você puxou a teimosia de mim não sabe? – perguntou Eddie, mostrando que tampouco daria o braço a torcer.
_ O que você esta fazendo é injusto. – disse Demi, desistindo. _ O Paul veio e levou Denise, porque eu não posso ir também?
_ Porque o Paul não aguentou a pressão de Denise, mas eu já estou acostumado com você e posso resistir muito mais. – falou. Um silêncio breve reinou no apartamento. _ Se você fosse descansar um pouco, você ajudaria muito. – sugeriu.
_ Eu já estou descansada. – falou Demi.
_ Não o suficiente... Tente mais um pouco.
_ Você sabe que eu não consigo. – respondeu. Eddie estava sentado no sofá, olhando para frente, como se estivesse assistindo a TV, apesar dela estar desligada, já Demi estava sentada, encolhida no canto do sofá, com a cabeça deitada no encosto.
_ Tente.
_ Pai.
_ Filha, eu não vou deixar isso destruir você, eu gosto muito do Joe, você sabe disso. – falou agora olhando para ela. _ Mas eu amo muito mais você e para mim você é o mais importante agora.
_ Me prender aqui não irá me ajudar muito. – falou Demi.
_ Mas dormir um pouco mais, se acalmar um pouco mais, comer um pouco mais, isso não irá lhe prejudicar.
_ Você fala como se fosse fácil.
_ E você realmente acha que está sendo fácil para mim? – perguntou Eddie, um pouco injuriado. _ Você não é a única sofrendo aqui. – Demi sabia que o pai não estava bem, mas não levou em consideração a possibilidade dele estar sofrendo. Definitivamente saber disso só piorou o seu estado.
_ Eu vou para o meu quarto. – anunciou Demi, se levantando. Ela tentou esconder, mas sua voz denunciou que ela já estava prestes a chorar.
Todo mundo sabe que mulheres gravidas, graças os hormônios, ficam mais sensíveis, qualquer coisa é motivo para chorar. Desde o dia anterior Demi mais chorava do que tudo, pois, se naturalmente ela já estava mais sensível, a catástrofe que estava se abatendo em sua vida não a ajudou.
Eddie iria chamar Demi, mas não o fez, até fez menção de se levantar e tentar melhorar a situação, mas tampouco fez. Preferiu dar um tempo para a filha, quem sabe assim ela conseguiria dormir um pouco.

Depois de chorar até sentir a boca seca, Demi acabou caindo no sono. O sono foi profundo, sem espaços para sonhos. Era o que Demi precisava. Um descanso, rápido, mas vindo em boa hora.

Demi acordou depois de dormir por quatro horas, despertou se sentindo melhor, mas não livre, pois a primeira coisa que pensou ao abrir os olhos foi em Joe.

Demi levantou-se da cama e foi para o banheiro lavar o rosto, para poder acabar com o resto de sono que sentia. Foi para a sala e encontrou o pai desligando um telefonema, ela nem havia escutado o telefone tocar.
O rosto do pai parecia perplexo, quase que sem vida, ele se agarrava a estante da sala, como se buscasse forças para se manter de pé.
Algo de ruim tinha acontecido.
Eddie olhou para a filha e nem esperou a pergunta que ele já sabia que estava pronta para ser feita por ela.
_ Gabriel e John morreram. – falou Eddie. _ Eles estão sendo velados agora no ginásio do exército. Amanhã cedo será o enterro. – falou e deu uma pausa. _ Estavam nos convidando para ir. – concluiu.
Eddie conhecia muito bem a família de John, apesar de Eddie ser 13 anos mais velho que John, os dois sempre foram amigos, e a mulher e os filhos dele moravam ao lado da oficina de Eddie, sempre que ela precisava de alguma coisa, em que só um homem faria com maestria, ela logo ia chama-lo. John confiava em Eddie. Eddie vira os dois filhos de John nascer e crescer, por varias vezes levara o filho mais novo de John ao médico em suas crises de asma. Provavelmente John nem sabia disso, mas Eddie nem se importava, fazia aquilo pela amizade e carinho pela família de John. Já Gabriel Eddie nunca foi muito bem apresentado, o havia visto apenas uma vez no casamento de Joe, mas isso de nada significa que ele não se sentiu mal pela sua morte, sabia que era um jovem garoto, que namorava serio com uma menina, na qual Eddie também não conhecia. Foi uma vida tirada cedo demais.
Já Demi conhecia a garota na qual Gabriel namorava muito bem, Alice, está cursando o último ano de enfermagem, se via no olhar dela o quanto ela ama Gabriel. Sempre presente na reunião dos parentes de soldados, ela sempre tentava se comunicar com todos. Ela sem duvidas deve estar arrasada.
Já John nem se fala, difícil e não conhecer ele, mesmo constantemente distante, por causa do exército, John e sua família eram conhecidos na região. E como Demi foi criada na oficina onde o pai trabalha, que é perto da casa da família de John, acabou os conhecendo mais. Quando começou a frequentar a reunião dos parentes de soldados, acabou conhecendo mais ainda a mulher de John e mesmo com as idades diferentes se tornaram próximas.
Era claro que ninguém esperava que algo acontecesse com os dois. Todos esperavam em alguns anos ver John ostentando uma patente maior no exército, ou então curtindo sua aposentadoria. E quanto a Gabriel, muitos já o viam no altar, se casando com Alice e construindo sua vida ao lado dela. Mas agora se sabia que estas coisas jamais aconteceriam. Ambos morreram e deixaram para trás, famílias, amigos e sonhos.
Menos dois heróis da pátria.

                CONTINUA...

Capítulo postado, peço desculpas pela demora, tentarei postar o próximo no máximo até terça-feira.
Não se esqueçam de comentar/Avaliar.
Bjsssss.

Juh Lovato: Ainda irá acontecer muitas coisas, pode ir se preparando linda J. Vamos ver o que a historia nos reserva. Bjsss.
p.s.: Eu não sei se você viu, mas eu deixei uns selos para o seu blog. 

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Selos

Aqui estão os selos que recebi da Silvia (Vidas Trocadas). Muito Obrigada.
Perguntas:


- Qual o teu signo: Ares
- Do que mais gostas na tua aparência? O que mudarias? Não sei o porque, mas o que mais gosto são meus olhos e o que eu mudaria seria meu corpo, sou gorda, preciso emagrecer haha.
- Qual foi o teu maior mico? Cair na frente de toda escola, levar cotovelada da minha amiga dentro do ônibus e ficar trancada dentro do banheiro do shopping, são alguns dos micos.
- O que te deixa com raiva? Maltrato com os animais, piadas com doenças, seja lá qual ela seja, e não achar alguma coisa que estou procurando.
- Qual é a tua maior qualidade e pior defeito? Minha maior qualidade eu acho que é lealdade e meu pior defeito acho que é minha falta de paciência, me estresso com muita facilidade.
- Qual é o assunto predileto da tua turma? Música, livros e series de TV, eu e minhas amigas passamos o tempo falando sobre isso.
- Pratica esportes/desporto? Eu fazia vôlei, mas parei, então agora só me exercito nas aulas de educação física.
- Que estilo de pessoa chama tua atenção? Acho que são as pessoas doidas haha, eu não tenho amizade com pessoas normais, sempre são aquelas pessoas felizes que parecem que nunca cresceram.
- Qual a tua música preferida? Cada artista que eu gosto eu devo ter pelo menos umas duas preferidas.
- E a tua banda? Minha banda preferida com certeza é Linkin Park
- Qual é o filme da tua vida? Não tenho.

3 Fatos sobre mim:
- Amo animais e os defendo com unhas e dentes;
- Sou vegetariana;
- Quero ser cantora;




Você se considera uma boa escritora? Não acredito que sou ruim, mas também não acho que sou boa, tenho muito ainda para melhorar.
Qual é sua fic favorita? É bem difícil de escolher, pois todas as fics que estão na lista de blogs eu gosto, mas já que tenho que escolher só uma vou escolher a da Flávia (Jemi Fan Stories) , pois foi a primeira fic que eu comecei a ler.
Quem te inspirou a fazer o blog? Acho que ler as fic me inspirou a fazer uma, pois sempre gostei de escrever, mas nunca tive coragem de mostrar para ninguém, mas depois que comecei a ler e tomei coragem de escrever minhas historias.


Minha família, meu cachorro e com certeza meus amigos. 

repasso para: 

14º CAPITULO “Não me deixe” – AMOR EM GUERRA


_ Ei amor...
Não tinha começado a muito tempo, mas eu poderia jurar que estava escutando pessoas falando comigo. Eu sei, parece loucura. Não há ninguém aqui comigo, tirando Oliver, que continuava arredio, não havia nenhuma alma viva. No começo eu considerei a possibilidade de que um dos vizinhos estivesse com uma TV ligada em um volume muito alto, provavelmente assistia a um programa de medico, pois os termos como ‘batimentos cardíacos’, ‘atividade cerebral’ e coisas deste tipo eram constantemente faladas, fora as outras expressões usadas que eu não reconhecia, deveriam ser nomes de algum remédio ou doença. Quem quer que fosse o vizinho, deveria ser bem surdo, porque estava bem alto e eu podia escutar tudo com exatidão, eu escutava como se estivessem falando do meu lado. Confesso que me surpreendi muito pelo fato de que o paciente da historia se chamava Joseph Jonas, meu nome não é o mais incomum do mundo, mas é bem estranho quando um personagem de TV tem o mesmo nome e sobrenome que você... Eu poderia estar ficando louco, mas algumas vezes sentia que tocavam em mim, me furavam, esta ideia me apavorou. Eu nunca fui supersticioso, nem de acreditar em coisas como bruxaria, mas seriam esses estranhos acontecimentos obra de algum inimigo meu?
Este meu último pensamento havia sido louco, e se tornou extinto depois um tempo. Por quê? Porque eu descobri que não tinha nenhum vizinho com a TV ligada, por horas seguidas, em um programa de medicina. Eu juro que escutei a voz de minha mãe, sim isto é louco, estou tão sozinho como antes, mas eu a escutei chorando a meu lado, eu senti seu toque em meu rosto, eu senti a lagrima que lhe escapou tocando meu braço, eu senti o seu beijo na minha bochecha, eu também escutei meu pai, escutei as palavras de um velho homem, forte e calmo, escutei um desabafo, o escutei frágil, eu não podia o ver, mas eu sentia que ele estava em um estado bem diferente do que eu estava acostumado a ver, ele estava sendo frágil, estava se permitindo cair, eu pude escutar todos os seus medos, tristeza, eu percebi o quão importante eu era para ele.
Eu estava completamente confuso sobre tudo isso, eu não estava sonhando, eu estou bem acordado, eu não estava em um hospital, eu estava em casa, esperando que alguém me explicasse todas estas estranhezas que me ocorriam, mas meu pai, minha mãe, a Demi, todos falavam comigo em tom de despedida, como se eu estivesse morrendo.

As dores de minha mãe, a fragilidade de meu pai, já foram por si só torturantes, mas nenhum chegou a ser tão torturante como foi com Demi. Sua voz estava fraca e rouca, sua voz era de choro. Ela me tocou nas mãos, e em meus braços, seu toque era firme, como se tivesse com medo que eu caísse, mas ao mesmo tempo pareciam toques de leves, sem brutalidade, como se ela estivesse com medo de me machucar. Ela mal conseguia falar, praticamente chorou por todo o tempo que esteve comigo, mas foi exatamente ela, que tão pouco falou que me soltou a notícia. “Perdoe-me se deixei você ir.” – Começou a dizer culpando-se “Eu juro que se pudesse te tirar do coma, eu faria, nem que isso significasse a minha morte” – disse ela, tornando a chorar posteriormente. Então era isso. Pelo que parece eu não estou realmente vivo, eu não estou onde realmente pensei que estava. Por mais estranho que me pareça, eu estou em coma.

DEMI

Eu tinha muito para falar com Joe, mas eu não conseguir dizer nada. A tristeza mais a impotência mais o sentimento de culpa juntada com uma duvida de que ele realmente poderia estar me escutando, cominou no esquecimento do que eu queria dizer, fora que aperto no coração não me deixou de parar de chorar. Não era justo aquilo, se eu olhasse aquele homem, daquele tamanho, corado, forte, saudável, jamais acreditaria que um dia o veria internado no hospital, sendo preso por tantos fios, não combina. Tem tantas pessoas más nesse mundo, que estavam por aí a fazer suas maldades sem se preocuparem com o outro, e o Joe, um homem tão bom, solidário, internado, em estado grave, sem nenhuma previsão de alta ou sequer de melhora... O mundo é injusto demais, o que ele tinha feito para passar por isso? O que eu tinha feito para passar por isso? Foi porque eu o amo? Eu não posso amar as pessoas?
Perdi minha mãe e agora eu poderia perder Joe também.

_ Vamos para casa Demi? – perguntou meu pai. Eu já havia saindo do quarto em que Joe estava internado a umas duas horas, mas todos ainda estavam lá, na esperança que as coisas melhorassem, que o medico nos trouxesse boas notícias, porem nada haviam mudado desde então, Joe continuava em coma, em estado grave.
_ Eu vou ficar. – respondi, sei que não era isso que ele queria escutar.
_ Você sabe que eu não vou te deixar passar a noite sentada nesta cadeira, não é? – perguntou obvio. Eu sabia muito bem que ele não me deixaria ficar lá a noite inteira, mas sei lá, acreditei que por um momento eu estivesse errada.
_ Pai... – comecei a dizer.
_ Nem tente Demetria. – interrompeu-me.
_ Eu estou bem pai. – falei.
_ Se você estivesse realmente bem, teria consciência de que este hospital não tem estrutura para visitantes, muito menos se gravidas. – disse, com um tom de voz mais alterado. No quarto do Joe até tinha uma cadeira confortável para os visitantes, mas como o estado dele era grave, o único autorizado a ficar lá era um enfermeiro, que ficaria responsável de observar, atentamente, as maquinas em que mantinha Joe vivo, para caso algo de errado acontecesse, seria dele a responsabilidade de fazer os socorros e de chamar o médico. Além desta cadeira no quarto dele, só tinha as cadeiras do corredor, nada mais. _ Logan e Paul vão ficar aqui e nos manterão atualizados. – falou, controlando-se. _ Eu levarei você e Denise de volta para casa quer vocês queiram ou não. – concluiu. Sem duvidas Denise também estava querendo ficar e não seria uma tarefa fácil convence-la a ir embora.

A viagem de volta para casa foi entediante. A única coisa que se pode escutar foram as respirações pesadas mais o barulho do motor do carro. Não se tinha clima para piadas, recordações iriam nos fazer sentir pior, conversar sobre outros assuntos seria algo totalmente impossível, já que a única coisa que rondava na nossa cabeça era a imagem de Joe, naquela cama, e o medo de que nunca voltássemos a vê-lo bem.

Meu pai queria nos levar para sua casa, assim poderia cuidar de nos duas, mas Denise insistiu em ir para a própria casa, e eu quis ir para meu apartamento, eu ainda tinha que cuidar de Oliver, que passou o dia inteiro sozinho, já se passava de 10 da noite e ele não tinha caminhado pela manhã, já que eu tinha saído atrasada, e ficara apenas com a primeira refeição.
Ele levou primeiro Denise em casa, e esperou que ela entrasse em sua residência para partir.

_ Eu gostaria de ficar para cuidar de você – pediu. _ Se você não se importar.
_ Por mim tudo bem. – respondi. Eu queria um momento só, mas talvez fosse melhor meu pai ficar comigo, eu não estava me sentindo muito bem.
  Meu pai me abraçou de lado ao sair do carro e assim foi até chegar à porta do meu apartamento, ele era como o meu pilar, me mantinha em pé, eu nem o tinha pedido, mas ele sabia que estava prestes a desmoronar, caso ele não me amparasse. Eu estava fraca demais para por meus pés dentro do apartamento.

JOE

Escutei o barulho da chave entrando na fechadura, e logo, junto a Oliver, me levantei e fui para a porta. Até que fim Demi chegou. A maçaneta girou e a porta abriu. Oliver com o rabo abanando foi receber Demi e Eddie, os dois estavam se abraçando de lado. Eddie parecia estar cansado e Demi estava tão fraca, com os olhos vermelhos, não me foi surpreendeu muito quando ela aos poucos foi caindo.
Dei graças a Deus por Eddie já estar a segurando de lado, pois assim que ela começou a cair ele pode logo a socorrer, carregando-a para dentro. Se ele não estivesse com ela, nem sei o que aconteceria, eu não conseguia levantar nada, não conseguia movimentar nada, meus gritos não eram escutados, como eu poderia ajuda-la caso ela desmaiasse?

Eddie a pegou no colo e fechou a porta apenas com o pé, deixando-a destrancada. Levou-a para o quarto e deitou-a carinhosamente na cama, já ia saindo do quarto apressado, para chamar ajuda, quando Demi retomou a consciência e o chamou.
_ Pai. – chamou com a voz fraca, mais fraca do que quando a escutei falando comigo.
_ Oh filha. Você acordou! – disse Eddie tornando a se aproximar da cama. _ Você está bem? Quer que eu te leve no médico? – perguntou preocupado, segurando sua mão.  
_ Não pai, não precisa, foi só uma fraqueza rápida. – respondeu ela. Meu coração se doeu ao vê-la daquela maneira, eu nunca a vi tão mal.
_ Eu vou te preparar alguma coisa para comer. – falou Eddie. _ E nem tente falar que não está com fome. – disse com tom de voz mais alto. _ Você está gravida e está sem comer desde o almoço, sei que você está com fome. – falou.
_ Tudo bem. – respondeu. _ Eu não vou recusar não.
_ Qualquer coisa me grita. – pediu, se levantando e indo para a cozinha. Oliver que esperava por alguma atenção no chão subiu na cama e recebeu um sorriso fraco de Demi.
Ninguém ali podia me ver. Talvez Oliver até conseguisse, mas não me adiantava de nada, já que ele tinha medo de mim e tão pouco poderia falar para os outros que eu estava lá. Deitei-me do lado de Demi, na cama e surpreendi que ele ao invés de fugir ou me latir, se colocou no meio de mim e Demi, como sempre fez. Isso fez brotar outro sorriso fraco dos lábios de Demi, talvez a lembrança deste fato a fizesse feliz.
Sei que ela não podia me ver, e muito menos escutar-me, já que lhe chamei por varias vezes e não obtive nenhuma resposta, então provavelmente ela também não me sentiria tocar-lhe, apesar de que eu queria muito que tal carinho fosse sentido.
Com cuidado a toquei no braço, fiz uma ‘linha’, do ombro até sua mão, que estava virada com a palma para cima, entrelacei nossas mãos e a olhei, ela olhava para sua mão, com um olhar na qual não consegui identificar, parecia confusa. Uma lagrima saiu de seu olho, eu soltei sua mão, na intenção de toca-la no rosto, mas meu movimento foi impedido ao escuta-la.
_ Joe... Não me deixe.

                CONTINUA...

Me sinto só,(me sinto só)
Mas sei que não estou (Mas sei que não estou)
Pois levo você no pensamento
                              ♪ Cedo ou tarde
--
Postei, espero que gostem. Bom, provavelmente diminuirei o ritmo de postagem novamente, porque minha aulas voltam amanhã :\
Espero que tenham gostado do capítulo
Não se esqueçam de comentar/avaliar.
Bjsss

Diana (DPS): Que bom que gostou. Espero que goste deste também.
Eu adoraria que você divulgasse. Muito obrigada mesmo.
Bjss.
Juh Lovato: Que bom que você voltou! Bom, não posso dizer se vai morrer ou não, se não perde a graça, mas posso dizer que os próximos capítulos não serão muito felizes.
Beijos especiais para minha fã numero um :*
Silvia: Muuuuuuito obrigada pelo selo!
Que bom que você gostou do capítulo.
Bjsss. 

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

13º CAPITULO “Ei amor...” – AMOR EM GUERRA



Eu estava o perdendo.


Minha cabeça já doía por causa do choro, e o fato de eu estar dentro daquele carro junto aquele homem não melhorava minha situação, eu queria chegar logo no hospital, mesmo sabendo que provavelmente Joe ainda não estaria lá. Maldita foi a hora em que o deixei ir, porque eu não insisti mais? Talvez se eu tivesse tentado mais um pouco, nem que fosse mais um pouquinho eu poderia estar agora com meu marido ao meu lado, sabendo que teríamos uma vida inteira pela frente, estaríamos, quem sabe, planejando o nome do nosso bebê, vendo as opções para nomes de meninas e de meninos já que ainda não sabemos qual é o sexo...
Ah a criança!  Por um segundo eu tinha me esquecido que eu carregava uma criança em meu ventre. Eu sabia que provavelmente a presença do pai em sua vida não seria muito grande, mas agora eu nem sabia se ela teria um vivo.

Fort Bragg não fica tão longe de Raleigh, mas eu tive a impressão que nunca estive numa viagem tão longa.
Eu já tinha chorado tudo o que eu tinha de direito, minha boca estava seca e meus olhos estavam inchados, eu deveria estar em um estado lastimável. Eu estava horrível, tanto por dentro quanto por fora.

O chegar ao hospital eu não podia saber quem estava pior, Denise ou eu, nem mesmo Paul que sempre mostrou ter um autocontrole quase que incomum, tinha os olhos vermelhos e, mesmo não estado chorando nesse momento, ele tinha a feição triste que eu já vi, junto a eles também havia outro soldado, assim como o que me deu a triste notícia, eu não o conhecia. Os dois se parecem muito, no sentido corpo forte, porem este era moreno escuto e um pouco mais baixo que o que me trouxe, provavelmente era ele que foi o responsável por avisar os pais do Joe.
Assim que Denise me viu ela correu para me abraçar. Não disse nada, eu apenas pude escutar sua respiração pesada, por causa do choro, se fundindo com a minha. Não havia nada para ser tido, já estava tudo explicado apenas em nossos olhares, nós nos entendíamos muito bem, sabemos o que a outra sente, compartilhamos a dor e medo de perder a pessoa que mais amamos.

JOE

Eu só podia estar louco, não havia nada que me fizesse entender o que estava acontecendo, nada que eu já tenha escutado falar poderia explicar esse fenômeno quase que sobrenatural.
Eu posso tocar em tudo, eu sinto tudo, sinto a textura, a temperatura, tudo como sempre senti, nesse ponto nada mudou, mas quando tento mover qualquer coisa, nada se move, é como se os objetos tivessem adquirido um peso incalculável que, nenhum homem, nem o mais forte do mundo, seria capaz de mover. Eu estava completamente impotente, eu não podia pedir ajudar pelo telefone, pois não consegui leva-lo a minha cabeça, eu não podia sair do apartamento, porque, além de não ter a chave, eu não conseguia mover a maçaneta, eu tentei até gritar, mas não surgiu nenhum efeito, e tinha Demi, que não estava aqui comigo. Ela voltaria? Ela sabia eu estava aqui a sua espera? Será que ela me daria às respostas que eu tanto anseio?
As horas estavam passando, e nada mudava. O telefone não parava de tocar, pela bina vi que foram 8 telefonemas de Eddie, 5 de Miley e, incríveis, 10 telefonemas da escola em que Demi trabalha. Com isso comecei a ficar preocupado não só comigo, mas também com ela, pois se eles estavam ligando para cá e porque não estavam com ela, e onde mais ela estaria? As ligações já tinha se sessado fazia mais o menos uma hora, mas minha preocupação não.
Mais uma hora, mais outra e mais outra, a impotência foi tomando conta do meu corpo, cada segundo parecia demorar um século para passar, Demi não dera nenhum sinal de vida, e nem mesmo algo indicava que ela voltaria, para piorar eu ainda não conseguia mover nada e Oliver se mantinha alerta as minhas movimentações, ele não latia, nem mesmo rosnava, mas continuava se esquivando de mim e se assustando a cada movimento meu.
Não estava sendo fácil para eu ficar sentado e esperar que alguma coisa acontecesse que pudesse explicar o que me acontecia.

--
Joe só chegou ao hospital às uma da tarde, porem não liberaram visita de imediato, primeiro queriam analisar o estado de saúde dele, para garantir que a viajem não piorou seu estado, que já não lhe era muito favorável. Só aí Demi consegui ligar para a escola, dando a justificativa da sua falta, e foi consolada pela diretora da escola que lhe permitiu licença por tempo indeterminado, depois foi a vez de Miley, que entrou em estado de choque ao receber a notícia, e só não largou o serviço para ir se juntar a amiga nos hospital por causa dos pedidos de Demi para que ela continuasse onde estava e que não se preocupasse em se deslocar para tão longe, por último foi Eddie, Demi sabia que o pai ficaria tão transtornado quanto ela, só que não pelas mesmas razões.
Eddie fechou a oficina antes do horário normal e sem pensar duas vezes, junto a Logan, se dirigiram até o hospital, provavelmente correram a velocidade máxima permitida nas estradas, porque não demoraram tanto quanto se calculava para chegar.
 Assim que chegaram logo foram tentar consolar, tanto Demi quanto os pais de Joe, não tinham muito a falar, a notícia havia sido um baque para eles, Eddie sabia muito bem que um dia isso poderia acontecer e sempre temeu pela filha, mas por algum motivo o fato lhe havia pegado totalmente desprevenido, Logan não falava muito, ele sempre é bem brincalhão e bobalhão, mas tem consciência que aquele momento era sério e que nenhuma de suas brincadeiras seriam bem vindas, fora que ele tampouco estava no clima. Logan havia conhecido Joe antes mesmo de Demi, na verdade foi graças a Logan que eles foram apresentados um ao outro, e sempre que pode ajudou a irmã a se encontrar com ele, quando o pai a proibia, o considerava muito mais que um cunhado, saber que o amigo estava com risco de morrer era muito para ele, e pior, saber que a irmã, que Logan ama mais do que demonstra, iria sofrer muito se algo piorasse, e se não podia ficar pior ainda, Demi estava gravida, aquela criança poderia nascer órfão. As coisas estavam bem ruins.

DEMI

_ Demi você tem que comer filha. – pediu meu pai com a voz baixa. Eu estava sentada na cadeira, não tão confortável do hospital, junto a todos, perto do quarto em que Joe já estava internado.
_ Eu não quero pai. – respondi. A tristeza me impedia de sentir qualquer outra sensação, frio, fome, dor, nada, em mim só havia tristeza.
_ Não vai ajudar muito morrer de fome. – insistiu ele.
_ Se eu comer alguma coisa eu não lhe garanto que ficará em mim. – disse. Meu estomago não parecia com vontade de receber nada e provavelmente rejeitaria caso eu insistisse.
_ Ainda sim, não é só você que precisa ficar saudável, lembra-se da criança. – falou ele, só aí me dei conta, parecia que com toda esta confusão eu fui aos poucos me esquecendo de que não se tratava apenas de mim, havia alguém a mais, que precisava tanto de mim quanto eu podia imaginar, precisava de uma atenção e carinho na qual, agora, eu não podia lhe dar. _ Só tenta. – pediu, me dando a marmita que o hospital oferecera para os visitantes. Assim como eu, Denise também não tocara na comida, ela mal de movia, a respiração estava fraca, piscava pouco, como se a todo o momento estivesse pensando em algo e se mantinha na mesma posição desde que separamos o nosso abraço, sentada curvada para frente, olhando para baixo e com o lenço na mão, para enxugar suas lagrimas.
Peguei a marmita e abri-a, ainda estava quente, não tinha nada demais, arroz, feijão, uma salada de alface e tomate e um pedaço da coxa de frango assado. Empurrei a comida, o máximo que consegui goela a baixo, e no final, apesar do meu esforço, não fora muito, deixou mais da metade, meu pai acabou deixando passar, pois viu que eu tentei comer.

Só depois de três horas da chegada de Joe que o médio veio dar notícias sobre seu estado.
_ Os senhores são os parentes do paciente Joseph Jonas, não é? – perguntou se aproximando.
_ Sim. – respondeu Denise aflita, dando um sinal de vida, se levantando e se pondo a frente do doutor. _ Somos nós mesmos, me diz se ele está bem, ele acordou? Ele está estável? – perguntava desesperada, não se permitindo respirar entre as palavras, e impedindo o medico de dizer alguma coisa. _ Por favor, diga que ele esta melhor. – pediu, juntando as mãos como quem reza. Paul tentando controla-la, a pegou, gentilmente, pelos ombros, e a puxou, cuidadosamente, afastando-a do doutor e se aproximando mais dele. O medico respirou fundo e começou a dizer.
_ Meu nome é Ian, estou cuidando do caso de Joseph. – se apresentou, mesmo sabendo que ninguém ali estava realmente interessado em saber quem ele era, a única coisa que todos queriam era saber sobre o estado de Joe. _ Joseph está em como e o estado dele é grave, porem estável. – disse ele, tomando cuidado para não nos deixar piores do que já estávamos. _ Ele está respirando e se alimentando por aparelhos, ele teve uma costela quebrada, mas não atingiu nenhum órgão. – disse. _ Ele sofreu um traumatismo craniano, ele foi atingido por um tiro na cabeça, e se não fosse o capacete que ele usava teria sido fatal, porem não foi o suficiente para que a bala atingisse seu crânio, apenas amorteceu. – explicou. _ A primeira cirurgia já foi feita, e foi realizada com sucesso, haverá uma nova cirurgia daqui a uma semana. – concluiu.
_ Ele vai acordar? – perguntei. O doutor não respondeu de imediato, talvez ainda não tivesse certeza de nada naquele momento e por isso sua resposta fora vaga.
_ Ele ainda está vivo, não podemos destacar esta possibilidade.
_ Se ele acordar vai ter alguma sequela? – perguntou Denise.
_ Isso nós só saberemos se ele acordar. – respondeu. Não sei se todos perceberam ou se só eu escutei o ‘se ele acordar’, não havia um ‘quando ele acordar’ era apenas um ‘se’ abrindo uma chance de que este ‘se’ se tornasse um ‘nunca’.
_ Não já podemos visita-lo? – perguntou Paul.
_ Eu liberarei um por um, mas eu quero que vocês prometam que não irão toca-lo na intenção de abraça-lo, ou algo que possa fazer um movimento brusco em seu corpo, ele precisa ficar quieto.
_ Nos prometemos. – disse Denise, se soltando das mãos de Paul, que ainda estavam em seus ombros, e tornando a se por a frente do doutro. _ Eu posso ir? – perguntou.
_ Claro. – falou ele gentil. _ Venha comigo.

Esperei pacientemente pela visita de Denise, que deve ter ficado mais de 30 minutos lá dentro, saindo apenas após a chegada de Paul a porta do quarto de Joe, pedindo para que ele o pudesse ver, acredito que caso Paul não tivesse feito isso, Denise estaria lá até agora, não a culpo, tampouco garanto que sairei quando chegar minha vez. Paul foi mais breve, 15 minutos foi o suficiente para que ele saísse, enxugando os olhos, a visão do filho internado com certeza o fez desmontar a pose de homem forte, ele também sofria, sofria tanto quanto eu e Denise.

Assim que fui permitida a entrar no quarto, eu fui a passos receosos, eu queria vê-lo, mas no fundo sentia medo do que eu iria encontrar, tinha medo de não ser forte o suficiente.
Abri a porta do quarto e o vi lá, deitado na cama, com a cabeça enfaixada, com fios para todo lado, um para a respiração, alimentação, soro, sangue, batimentos cardíacos, leitor do funcionamento cerebral... Aproximei-me dele e o toquei no braço. Minhas lagrimas logo brotaram, ele estava ali, era o mesmo homem que eu deixei embarcar naquele avião, porem agora, ele estava imóvel na minha frente, incapaz de se mover, incapaz de respirar ou se alimentar sozinho, tão impotente quanto eu, que queria de qualquer maneira cura-lo, fazê-lo acordar, mas não conseguia nem mesmo parar de chorar.
Eu não sabia se ele podia me escutar, eu não sabia se ele podia me sentir, mas eu torcia para que houvesse uma parte, por menor que fosse, consciente o suficiente para sentir minha presença ao seu lado. Peguei a cadeira do visitante e coloquei o mais próximo da cama possível, coloquei minha mão encima da sua mão e a cariciava enquanto comecei a falar perto de sua orelha.
_ Ei amor...

                CONTINUA...
Cedo ou tarde
A gente vai se encontrar,
Tenho certeza, numa bem melhor.
Sei que quando canto você pode me escutar
                               ♪ Cedo ou tarde – NX0

--

Bom gente, tentei escrever este capítulo mais rápido possível, para não lhes deixar sem nada até o próximo domingo, mas espero que mesmo tendo sido feito as pressas vocês gostem.
Agora só volto a postar domingo, mas tentarei o máximo possível postar no sábado, porem só garanto capítulo novo no domingo ou segunda.
Não se esqueçam de comentar/Avaliar.
Bjsss

Silvia: Oi, quanto tempo. Pois é, senti falta da sua fic, mas que bom que você voltou J Fico feliz que tenha gostado dos capítulos. Bjss. 

sábado, 9 de fevereiro de 2013

12º CAPITULO “Eu estava o perdendo” – AMOR EM GUERRA


 Quando em fim voltei a mim, eu estava na onde eu jamais poderia ter pensado que estaria. Como fui parar lá? Eu não deveria estar no exercito agora? Era possível eu estar de volta para casa?
Demi foi dormir tarde, esperava ter mais notícia, qualquer coisa que a acalmasse, havia esperado tanto naquele maldito canal e não teve nada que realmente a esclarecesse, talvez até tenha piorado sua situação, pois antes não tinha números, e em sua mente, poderia talvez, por um milagre, todos os soldados terem se salvado, mas não, havia mortos, havia feridos e ela não sabia nomes, não sabia quem, não sabia nada, nada que a pudesse fazer tirar sua conclusão, nada que garantisse que Joe estava bem, nada a garantisse que Joe estava machucado, nada que a garantisse que Joe estava vivo.
 Demi salteou de canal em canal, parava naqueles que estavam passando algum telejornal, mas nada lhe era acrescentado. Os mesmos números, a mesma falta de nomes.
 Ela se atreveu a pesquisar na internet, no desespero de pelo menos assim conseguir algo. Nesse ela conseguiu um pouco mais de informações, como algumas fotos, números atualizados de vitimas tanto para os americanos e ingleses tanto para o talibã, porem nada que ela realmente queria. Ela tornou sua atenção para TV novamente e deixou ligada no primeiro canal, quem sabe logo teria o plantão e com isso eles a acalmariam de vez? Porem nada mais foi dito. Não antes que o sono a vencesse.  

Como consequência de ter dormido tarde, Demi acordou em cima da hora, já que em seu sono profundo, o barulho do despertador não foi o suficiente para desperta-la. Se não fosse seu habito acordar cedo, que adquiriu ao passar dos anos, provavelmente ela teria perdido a hora completamente. O que não a faria mal, pois o estresse da semana, que mal havia começado, estava deixando-a em um péssimo estado. As noites eram mal dormidas e dos dias preocupantes. Se ainda fosse uma criança pedia ao pai para faltar de aula e caso ele não deixasse de primeira, ela logo começaria a fazer cara de manhosa até conseguir derreter o coração do pai e poder escutar de sua boca um ‘sim’ como resposta. Este era um dos poucos caprichos que Demi se permitia ter quando menor. Este hábito foi se tornando mais raro quando cresceu e foi abolido de suas ações quando sua mãe morreu, no começo ficar em casa era o mesmo que implorar para lembrar sua mãe, Demi tampouco queria esquece-la, mas as lembranças a machucavam de mais.

No primeiro momento, talvez pela sonolência ou talvez por não estar totalmente acostumada ainda, ela nem percebeu que estava sozinha, mas depois de lavar a cara e começar a preparar seu desjejum ela se deu conta de que Denise não havia ido. Demi olhou melhor pelo pequeno apartamento e Denise realmente não havia ido, tampouco ligara para ela, nem no celular e ao olhar a bina do telefone, nem para o fixo, se não fosse por Oliver, que a seguia a todo canto, ansiando por um carinho da dona, mesmo tendo recebido um belo abraço a pouco, Demi estaria completamente só.
 Acontecera alguma coisa? Ela estava atrasada? Ela estava cansada? 
Na duvida resolveu se acalmar talvez Denise desse sinal de vida mais tarde.
Como ela já tinha acordado atrasada sua rotina teve que ter uma leve mudança, não havia tempo para levar Oliver para passear, o banho teve que ser bem rápido, só para disfarçar a cara de sono, o café da manhã foi fraco, levando em conta dos que vinha recebendo ultimamente, graças a Denise, mas seria o suficiente para ela esperar até o recreio dos meninos na escola. Bom, na verdade era o que ela esperava, pois sabia que sua fome estava ficando cada vez mais insaciável.

Assim que estava saindo de seu apartamento, uma figura com farda completa do exercito, incluindo o boné, saiu do elevador. O coração de Demi disparou. Seria Joe? Ele havia voltado? Sem avisa-la?
Mas assim que sua visão melhorou ela pode ver que não era Joe, não era ninguém que ela conhecia, mas ainda sim ele vinha em sua direção.

_ Senhorita Jonas? – perguntou o homem. Sua voz era grossa, o que se podia esperar, já que ele era um moreno forte e que deveria ter quase 1,90, mas Demi pode perceber a pontada de tristeza que havia nela.
_ Sim, sou eu. – respondeu Demi com um pouco de receio. O homem tirou o boné da cabeça e pós em seu coração.
Aquela era a visão que Demi mais tentava se afastar, ela tinha medo de que um dia isso poderia acontecer com ela. Tudo isso era tão injusto, poderia ser um erro? Ela ainda estava sonhando? Era um pesadelo? Alguém poderia acorda-la? Porque ela não estava gritando? Porque não fugia? Porque não acordava?
_ Senhorita Jonas, sinto muito...

JOE

Eu estava no quarto em que dormíamos parado do lado da cama, a janela estava fechada, mas a cortina estava aberta, fazendo que a luz pudesse entrar e iluminar todo o quarto, a cama ainda estava bagunçada, o que não é muito comum, pelo menos quando eu estou aqui, pois Demi sempre tenta não deixar a bagunça acumular, pois sabe que depois vai ter preguiça de arrumar. Quando toquei nos lençóis percebi que ainda tinha o calor de Demi neles, ela não deveria ter acordado há muito tempo, me aproximei mais e eu pude sentir seu cheiro, era bem forte, bem mais forte do que eu lembrava. Talvez fosse a saudade que me fez ter esta sensação.
Sai do quarto e fui para a sala, lá pude encontrar Oliver, deitado diante da porta, provavelmente ficaria lá até a hora que Demi chegasse.
_ Oliver. – chamei-o enquanto batia com a mão, para atrai-lo, assobiei quando vi que ele não me escutou. _ Oliver. – chamei novamente, me aproximando dele. Só aí que ele me percebeu e antes que eu pudesse toca-lo, ele se levantou e começou a me latir compulsivamente. Parecia estar com medo. _ Ei Oliver. – falei tentando parecer o mais amigável possível. _ O que está acontecendo rapaz? – perguntei tentando me aproximar mais ainda. Ele nunca foi assim, sempre me recebeu feliz, com o rabo abanando, porque agora ele resolveu ficar latindo para mim como se eu fosse um completo estranho? Porque ele se esquivava da minha aproximação como se eu fosse perigoso? Eu fiz algo que não me lembro contra ele? Eu tampouco me lembrava de como cheguei ali, talvez eu, no meio da minha inconsciência, o machuquei sem querer.
Tentei ir me aproximando dele mais e mais, e ele ia se afastando, ganhando distancia de mim a cada passo que eu dava, ele ia de ré, não parava de me latir em nenhum momento, e por varias vezes me rosnou mostrando seus dentes. E nessa fomos até que ele deu de bunda na parede, não tinha como fugir, assim eu entrei em ação e o acarinhei na cabeça, com cuidado para que ele não me morder, ele ainda mostrava os dentes, mas começou a ceder aos meus carinhos.
 _ Ei garoto, porque tanto medo? Fiz-lhe algo de mal? – perguntei a ele, fazendo aquela voz idiota que toda pessoa faz quando fala com um cachorro ou uma criança. Continuei a acaricia-lo até que percebi que ele já estava realmente calmo. Tentei pega-lo no colo mais não consegui, foi como se ele escorresse dos meus dedos. Seria isso possível? Eu fui treinado para carregar canhões com mais de 100 quilos caso fosse necessário, como que um cachorro que não deveria pesar nem mesmo 7 quilos poderia escapar por minhas mãos, como se eu não tivesse nenhuma força em mim?
Tentei novamente e não o levantei nenhum centímetro, uma brisa faria mais diferença nele do que meu toque nesse momento. Eu não estava fraco, eu ainda tinha meus músculos no braço e eu estava me sentindo com a força de um leão. Então porque cargas d’águas eu não conseguia pegar aquela pequena criatura nos braços? Eu estava doente e não sabia? Era esta doença que me impedia de lembrar-me de como cheguei aqui? Tudo isso foi por causa do barulho? Por causa da dor? Por causa da luz?

DEMI

Eu estava no alto, minha vida era boa, eu tinha meus problemas, mas eu era feliz, afinal das contas e impossível tudo ser perfeito.
 Eu tenho o emprego que sempre quis, eu tenho amigos, poucos, mas confiáveis, uma família que me apoia e que me faz bem, tenho o marido, o melhor que eu podia ter encontrado e eu estou esperando uma criança. Não tinha como ser melhor. Eu não podia reclamar.

Mas aí eu caí, eu encontrei o abismo. Eu fui alto de mais e cai, levei um tombo maior do que eu poderia ser capaz de aguentar. “Eu sinto muito” A voz grossa e triste daquele homem ainda ecoava em minha mente, as lagrimas caiam descontroladamente dos meus olhos, meus joelhos bambeavam, eu fiquei paralisada em meu choque, havia gritos que se entalaram em minha garganta. Eu queria tanto berra-las, queria tirar aquela dor de dentro de mim, mas eu só sabia chorar.
Isso não é justo, não poderia ser verdade. Tudo aquilo era demais para mim.
“Ainda há chance para ele” lembrava-me das palavras daquele homem desconhecido, ele tentava me acalmar, mas não me servia de nada aquelas palavras.

Eu ainda chorava enquanto fui encaminhada por aquele homem ao hospital, Joe ainda não tinha chegado lá, ele tinha ido para um hospital na Inglaterra primeiro, onde recebeu os primeiros cuidados, assim que achara que sua condição era estável o suficiente o liberaram para vir para Carolina do Norte, ele não iria vir para Fort Bragg, iria para capital, Raleigh, pois lá teria hospitais como melhor infraestrutura para o caso dele, ele ficaria no Duke Raleigh Hospital, é dos melhores do estado e o governo pagaria por qualquer despesa.

O homem não sabia muito o que deveria fazer comigo, provavelmente não fora preparado para lhe dar com situações onde a emoção fala mais forte, afinal o exercito não quer homens chorando por qualquer coisa. Porem o pouco que minha visão embaçada pelas lagrimas me permitiam ver eu vi em seu olhar a preocupação e a vontade que ele tinha de que eu melhorasse que eu parasse de chorar, eu deveria o estar apavorando também, mas eu nada pude fazer, a tristeza era maior.
Eu estava o perdendo.

                CONTINUA...

Lembro de nós dois
Sorrindo na escada aqui
Estava tudo tão bem
E de repente acabou
Menos de um segundo – Rosa de Saron
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Olá, mais um capítulo postado, espero que gostem. Tentarei postar mais um capítulo até segunda, caso chegue segunda as duas da tarde e eu ainda não tiver postado quer dizer que eu só vou voltar a postar no próximo domingo.
Não se esqueçam de comentar/Avaliar
Bjsss.

Juh Lovato: Acho que você matou a charada, é ele mesmo que está em coma. Postado, espero que goste. Bjss linda.
Anônimo: Que bom que você gostou da fic, seja bem vinda nova leitora e muito obrigada. Postado, espero que goste. XOXO

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

11º CAPITULO “De volta para casa?” – AMOR EM GUERRA


_ Vencemos! – gritavam os soldados com os braços para cima, sinalizando a alegria. _ Matamos o líder! Vencemos!

Tudo parecia ter melhorado ao amanhecer, Demi acordou melhor, boa o suficiente para, mesmo com a constante insistência de seu pai para que ela ficasse quieta, ir trabalhar e conseguiu dar todas as aulas sem problemas.

_ Tem alguma noticia? – perguntou Demi a Miley, se referindo à guerra, em que o marido de ambas estava enfrentando.
_ Ainda não. – falou Miley. _ Não vi noticias em nenhum jornal. Talvez isso seja bom, pois significa que não teve muitas perdas.
_ Mas não significa que não teve nenhuma. – lembrou-a Demi. As duas estavam tristes e preocupadas. Sempre que, por algum motivo, elas descobriam que haveria um ataque, por antecedência, elas ficavam desanimadas e alarmadas. Talvez seja por isso que nunca dizem que raramente falam quando acontecerá algo, e elas costumam descobrir apenas depois, quando sai alguma notícia no jornal.
_ Você poderia ser menos pessimista? – Miley sabia que Demi estava certa, mas lutava contra seus pensamentos escuros para continuar com a esperança de que tudo estava bem.
_ Eu só estou sendo real.
_ Não precisa usar ela em mim não tá? – Demi riu fraco com o jeito que a amiga falou. Miley poderia estar certa. Há quantos anos os maridos de ambas estavam no exercito e saíram ilesos? Infinitas. Não custava nada acreditar que eles saíram desta também.
_ Para de ser boba loira. – Miley também relaxou e deu uma risadinha. _ No final das contas Liam não ficou uma semana, bem feito. – falou Demi, saindo do tema principal e animando um pouco os ânimos.
_ OW sua chata, fica rindo da tristeza dos outros. – disse Miley, brincando. _ Da próxima vez ele vai ficar uma semana e o Joe não. – falou.
_ Quem te disse isso? – perguntou Demi.
_ Eu estou falando. – respondeu. Demi fez careta.
_ Pois eu já aposto o contrario. – falou.
                                               (...)
Apesar de melhor de saúde, a mente de Demi ainda estava preocupada, a conversa com Miley e foco no trabalho a ajudaram bastante, mas assim que seu dia tumultuado acabou sua mente se abriu para os medos novamente. Ela queria ter certeza que Joe estava bem, o medo de perdê-lo ou de vê-lo ferido era demais, era aterrorizante, porem por mais que ela tentasse afastar de si todo e qualquer temor, em um minuto de desatenção lá estava a preocupação voltando a lhe atacar.
Como de costume, quando chegou à sua casa, Demi ligou a TV e trocou de roupa. Assim que o jornal começou, anunciaram sobre o ataque. Primeiro ficaram apenas enrolando, parecia que queriam prender os espectadores até o fim do jornal, as emissoras sabem que notícias deste tipo prende o povo americano.
Os patriotas, que apoiam a guerra, assistiam para saber se o exercito que tanto se orgulham venceram e quais foram os heróis que morreram pela bandeira. Já os pacifistas assistem para ver quais os números dos mortos, esses seriam somados aos tantos outros e logo virariam números e nomes em cartazes que seriam usados em um dos vários protestos que fazem a favor da retirada das tropas americanas de combate. E tinha também uma pequena parcela, que assistia para saber sobre as pessoas em si, queriam saber se seu filho, pai, marido, amigo ou um conhecido, qualquer pessoa que pudesse ter um vínculo especial, na qual uma notícia boa logo o faria sorrir, e uma notícia ruim desencadearia a tristeza. Para estes a espera era pior, pois nada podia acalmar seus corações, só de passar pela cabeça deles que poderiam ser órfãs, viúvas ou sozinhos, já os leva a loucura. Mas o que se pode fazer?  Eles assim como os outros tinham que esperar, eles entravam no jogo da emissora de esperar até o momento em que os conviesse passar a reportagem.

Demi se sentou no sofá, com os olhos vidrados na televisão, esperava por noticias, por uma boa noticia, talvez até mesmo por uma má...

Nada fora muito detalhado, apenas frases soltas que tão pouco a acalmaria. “O líder do grupo foi morto e a maior parte das perdas foi do lado inimigo”, “Do lado americano já foram confirmadas quatro mortes, um soldado se encontra ferido em estado grave e um soldado se encontra em coma também em estado grave” “Do lado inglês foram confirmadas cinco mortes e dois feridos estáveis”  “ O governo ainda não disponibilizou nomes, mas assim que obtivermos mais informações, será passado aos telespectadores através do plantão.”  

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A volta à base iria ser mais demorada do que a ida, agora havia corpos e mais pesquisas. Eles queriam descobrir se haviam outros esconderijos como este, se haviam algum plano em andamento, fora que tinham pessoas mortas, a maioria, como era de se esperar era do lado dos talibãs, mas tinham vitimas entre os integrantes do exército. Sim, eles tinham vencido, mas não saíram ilesos.
Todos estavam cansados, a batalha foi mais violenta e durou mais do que o desejado, sabia-se que houvera fugitivos, além de terem ficado a noite inteira sem dormir, ainda teriam que os procurar pelo deserto, talvez não tivessem ido muito longe, eles não podiam ir muito longe, estavam no meio do nada, talvez estivessem atordoados pelo barulho e susto e isso poderia ser o suficiente para fazê-los se perderem no meio do deserto, tornando-se vitimas fáceis do exercito.
 Pessoas fugitivas podem causar problemas, pois podem ser uteis informantes para um contra ataque. Mas também podem ser muito bem vindas, pois podem ser informantes bem melhores para um ataque maior ainda.

JOE

Eu não tenho muita certeza de onde eu estava. Eu escutei um barulho, foi algo bem forte e bem alto, pude escutar gritos, eu não os soube definir muito bem, mas pareciam serem de comemoração. Talvez o ruído me tivesse feito ficar um pouco surdo, uma surdez temporária. Porem logo eu senti um dor forte na minha cabeça, era do lado direito, era algo intenso, arrisco a dizer que foi a dor mais forte que eu já senti em toda minha vida. Eu só pude soltar um grito da minha garganta e nada mais.
É. Talvez não fosse somente uma surdez temporária.

 Por um momento eu via uma luz muito forte em meu rosto e depois fechei os olhos, acho que dormi, dormi profundamente. Talvez eu tenha desmaiado por causa forte fumaça ou por causa da dor e quando me despertei por alguns minutos apenas escutei gritos, alguns eram berros de euforia. “Ganhamos!”. “O líder foi vencido, ganhamos!” Já outros – esses mais próximos da minha cabeça – eram de terror. “Homem ferido!” berrava alguém ao meu lado, a voz parecia ser conhecida, mas eu não conseguia identifica-la com exatidão, eu deveria estar tonto de mais para isso.
 Eu queria abrir mais os olhos e me levantar para ajudar, queria saber quem era o ferido, queria ajudar a tira-lo dali, tinha que ser um salvamento rápido, pois caso ao contrario poderia ser fatal, e eu não queria nenhuma fatalidade, não hoje, pois eu acho que vencemos, não é? Eu escutei dizerem que ganhamos, ou eu estava louco?
 Senti meu corpo sendo arrastado para fora do local, sem nenhum cuidado, não senti muita dor, parecia que meu corpo estava meio que anestesiado, mas ainda sim eu conseguia sentir meu corpo sendo puxado. Depois de alguns segundos eu não pude ver mais nada, simplesmente apaguei.

Havia uma luz.
Ela estava cada vez mais próxima. Ela vinha até a mim, vagarosamente ela vinha até a mim. Eu levantei a mão em sua direção, sua luz me atraia, eu queria ir até a ela, algo em mim gritava para que eu a pegasse, eu podia sentir sua paz, como se fosse um abraço de paz se aproximando de mim. Porem ela vinha tão lentamente, ela parecia ainda tão distante. Eu não consegui chegar perto, eu não conseguia ir até ela. Pois toda vez que eu começava a correr mais em sua direção, mais ela se afastava de mim, era como se de nada adiantasse, continuava tão distante como antes.
Resolvi esperar.
Aí eu senti um aperto no meu coração. Como se fosse um choque, uma adrenalina, uma após a outra, cada vez mais forte e dolorido, cada vez mais real.
Depois, sem nem mesmo um explicação, a luz começou a se afastar de mim. A medida que a dor no peito aumentava e se tornava mais real a luz ia se afastando e ficando mais fraca diante de mim, mais e mais, até que eu não pudesse ver mais nada.

Quando em fim voltei a mim, eu estava na onde eu jamais poderia ter pensado que estaria. Como fui parar lá? Eu não deveria estar no exercito agora? Era possível eu estar de volta para casa?
                               CONTINUA...

Porque eu sou apenas uma rachadura neste castelo de vidro
Não sobrou quase nada pra você ver
Para você ver...
Castle of glass – Linkin Park
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Talvez vocês não tenham entendido muito esta última parte da fic, nos próximos capítulos as coisas começarão a ficar mais claras. Pelo menos é o que eu acho.  Eu comecei a fic com uma historia em mente, mas resolvi mudar, espero que fique melhor e que vocês ainda sim gostem, ela agora será inspirada em um dos últimos livros que li.
Não se esqueçam de comentar/Avaliar.
Bjssss.