sexta-feira, 29 de março de 2013

25º CAPITULO “Ela estava feliz” - AMOR EM GUERRA.


Talvez por ver que tudo está ficando cada dia pior, ou por uma maré de desanimo, agora eu apenas espero meu fim.                                                                                                                                        
Desde a cirurgia, já se havia passado duas, torturantes, semanas, tudo continuava da mesma maneira. Minha vida era do hospital para casa, assim como a de Denise, meu pai e Logan. Miley agora ia dia sim, dia não, pois essa rotina estava começando a ficar cansativa para ela. Os tios de Joe tiveram que voltar para o Texas, mas o avô continuou aqui. Paul agora nem sempre ia ao hospital conosco, pois sua licença do trabalho havia espirado e ele precisara voltar. Eu estava tendo sorte, pois até agora não tinham exigido minha volta ao trabalho, mas outros professores que me conhecem, já me deram a noticia de que em breve pedirão que eu volte a dar aula, mesmo sabendo que em questão de poucos meses eu terei outra licença para a maternidade. Kevin e Nick, agora estavam em alguma missão com o exército, e não podiam mais vir, Rick não voltou mais, mas Thomas, que sempre que podia vinha visitar, me informou que ele ainda estava em Fort Bragg. Eu estava fazendo o monitoramento da minha pressão, que, graças a Deus, não voltara a me dar problemas, mas está é a única noticia boa, pois o que mais me importava, que é Joe, ainda não tinha dado sinal de vida e tampouco voltara a tocar-me.
Minha vida já tinha se transformado em um buraco negro, que sugou toda e qualquer felicidade que eu pudesse ter. Eu apenas sobrevivo. Sei que isso é o horrível, eu ainda tenho uma família, eu tenho um bebê que necessitará inteiramente de mim, mas Joe levou uma parte de mim que se nega a curar, por mais que as vezes eu pense em ser forte, em fingir que não me importo mais, até que meu cérebro se convence disso e minha melhora se torne natural, eu desisto depois das primeiras horas.
Eu não sou forte.

Apenas espero o meu fim.


JOE

Se a vida é difícil, a morte pode se mostrar tão difícil quanto, principalmente quando ela está do seu lado, mas não te leva e nem te deixa ficar. É como se tivesse uma guerra entre a vida e a morte, e eu fui o infeliz que teve a "sorte" de ficar entre elas. Eu não estava morto, pelo menos não na maior parte do tempo. Mas também não estou vivo, eu não me sinto mais vivo, eu estou perdendo minhas forças e minhas habilidades cada vez mais. O que demonstra o quão doente eu estou.
Pode parecer burro da minha parte, por várias vezes, nestes últimos dias, eu pensei isso de mim mesmo, mas eu, ao ver meu estado, decidi que talvez fosse hora de me afastar.
Minha decisão não foi tomada de uma hora para outra. A cirurgia me ajudou muito decidir assim. Por quê? Por várias vezes eu fui para aquele mesmo lugar que vi quando fui atingido pela bala, vi a mesma luz que me atraia, mas que não chegava a mim, eu senti a mesma paz, e de maneira tão dolorosa quanto na última vez, eu voltei.
Voltei a tempo de ver os médicos loucos tentando retomar minha vida, voltei a tempo de ver minha mãe com os joelhos vermelhos pelo tempo em que ela ficou ajoelhada, rezando por mim, eu cheguei a tempo de ver Demi sendo hospitalizada após passar mal.
E tudo isso por quê? Todo este sofrimento foi causado por quem? Só há uma resposta. Eu. Eu sou o causador de toda esta confusão. Eu sou o que impede que todos possam seguir em frente. Para meu pai ou para Eddie, meu afastamento não traria grandes diferenças, mas para Demi e minha mãe seria algo que demonstraria que eu me afastei, no começo sei que elas sofreram muito, mas sei que esta foi a melhor solução.

Eu não me afastei completamente, acho que não sou capaz de fazer algo assim, fora que não é muito fácil se afastar após ficar escutando suas suplicas para que eu volte todos os dias, a única coisa que fiz foi me controlar para não ter nenhum tipo de contato físico, não é fácil, eu vejo suas lágrimas e escuto seus lamentos, o que eu mais quero fazer e consola-las, cuidar delas, responder seus pedidos, mas se sedo agora, sei que depois, se o pior acontecer, será pior ainda.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                   
Eu tinha que me conformar. Eu não sou mais um deles, eu estava vivendo num outro “lado” do universo, um lado desconhecido e que apavora, mas este é o meu novo lugar.

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As horas passavam lentamente, não só para Demi, mas também para Joe. Ambos estavam tristes e sem esperanças, ambos sofriam com a possibilidade de um fim.
Demi tentava se manter bem, tentava esquecer o fato de estar perdendo Joe, tentava esquecer de Rick, tentava se concentrar em ficar bem e saudável pelo seu bebê, mas por varias vezes falhava, todos podiam ver que Demi havia mudado muito, a Demi de hoje de nada se parecia com a Demi de um mês atrás, sua aparência estava mais frágil, seu tom de voz sofrido e seu olhar perdido, mesmo que por varias vezes ela tenha tentado forçar um sorriso, quem parasse para observa-la saberia muito bem que era puro fingimento. Denise também havia piorado bastante, até mesmo sua fé vinha sendo abalada, isso não ajudava nada, pois Paul começara a ficar desesperado.

Teste e mais testes, exames e mais exames, mais operações foram marcadas, os médicos estavam travando uma guerra contra a morte. Joe estava piorando, sua saúde começou a ficar mais fraca e, por consequência, suas chances menores.


_ Demi. – disse Miley. _ Você já vai completar quatro meses e meio, e ainda não preparou nem pensou em nada. Poderíamos sair um pouco para olhar roupinhas, objetos para o quarto... – sugeriu.
_ Eu não acho que seja um bom momento. – respondeu Demi. Ambas estavam no hospital, assim como Eddie e Denise.
_ Ah Demi, seria bom você sair um pouco desse hospital. – insistiu. _ Talvez isso te ajude um pouco.
_ Eu não estou muito animada para isso. – falou Demi. _ E se algo acontecer, eu prefiro estar por perto.
_ Demi, se alguma coisa acontecer eles vão nos avisar. E nós corremos de volta para cá. – continuou Miley. _ E também, não iremos muito longe, vamos a uma loja daqui da capital mesmo.
_ Miley...
_ Vai Demi, por favor, eu não aguento mais te ver trancada aqui. – pediu. _ Vamos, vai ser bom. – Demi pensou um pouco, respirou fundo:
_ Aqui perto? – perguntou.
_ Juro, eu fiquei sabendo de uma loja que é muito boa, que deve ficar a umas duas quadras daqui. Se acontecer algo nós voltaremos correndo. – confirmou Miley.
_ Ok. – Demi deu-se por vencida. No fundo ela também queria sair daquele lugar e realmente já estava na hora de começar a pensar sobre as coisas do bebê.  Com Joe vivo ou não, acordado ou não, aquela criança nasceria e Demi não poderia deixa-la desamparada.

Demi avisou a Eddie e Denise que iria junto a Miley para a loja de bebês. Eddie ficou muito animado, atreveu-se a dar um largo sorriso, coisa que já não dava há muito tempo, primeiro por causa do momento em que está vivendo e depois pelo cansaço que seu novo estilo de vida o esta deixando. Denise também ficou muito animada, tanto que decidiu ir junto a elas. Assim como Demi, Denise precisava de um tempo longe daquele hospital, precisava tentar preencher sua mente com algo que a fizesse esquecer que seu filho estava em coma no hospital, comprar as roupas para seu futuro neto seria uma boa opção.

A loja era realmente perto do hospital, assim como Miley disse, apenas duas quadras de distancia. A loja é grande e vende de tudo, roupas, brinquedos e moveis para montar o quarto, uma coisa mais fofa que a outra, os preços eram bem variados, com coisas que poderia ser acessível para todos até coisas que Demi, com seu salario de professora, jamais conseguiria comprar.
Era uma coisa mais fofa que a outra, os bercinhos, as roupinhas, os sapatinhos, os brinquedinhos, era de se encher os olhos. Ver tudo aquilo mexeu com Demi, ela já sentia amor pelo bebê desde o primeiro dia, se sentiu realizada desde o primeiro ultrassom, mas agora, naquela loja, enquanto mexia em um par de minúsculos sapatinhos para bebê se sentiu mãe. Agora tudo parecia bem mais real bem mais intenso e certo. Agora Demi agia como uma mulher gravida, ela estava se preparando e ansiando pelo dia do nascimento da criança. Isso era bom. Demi se sentiu leve e feliz. Ela estava feliz.

                CONTINUA...    

Desculpa a demora, minha internet esta me deixando na mão nestes últimos dias, mas eu não deixei vocês na mão, como prometido mais um capítulo postado hoje.  
Estou aproveitando este feriado para poder escrever o máximo que posso e acho que domingo já posto o próximo capítulo.
Não se esqueçam de comentar/avaliar.
Bjsss.

Juh Lovato: Obrigada por comentar. Que bom que gostou, em poucos capítulos você poderá ver se você está certa ou não...
Eu vou mandar de novo.
Bjss linda.

Eriimiilsa: Que bom que você está bem. Eu realmente fico até sem saber como lhe responder a este comentário, não o quão feliz eu fico ao ver que consigo causar este sentimento em alguém que lê minha fic. Realmente, muito obrigada mesmo.  Saber disso me dá animo para continuar a escrever, mesmo quando eu não estou tão bem.
Enquanto sobre sua suposição, pode ser que sim ou não, quem sabe? Nesta historia tudo pode acontecer J
Muito obrigada. Bjss.

3 comentários:

  1. Bom ver a Demi mais felizinha =)

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  2. Pois... e quem não fica feliz... tirando tudo que esta acontecendo quem não fica feliz neste estado e ela merece sentir-se assim.
    Own... não tens de qê?

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