segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

40. Você que procurou – The Big Apple



Apesar de toda essa confusão, Joe, ao contrario de mim, parecia ainda bem confiante, segundo ele os números das contas poderiam nos levar ao dono da conta e com isso descobriríamos quem desviou o dinheiro de meu pai e, muito provavelmente, seu assassino. Apesar de sua positividade, voltei para casa totalmente desanimada.

_ Nós estamos nos organizando para assistir um filme, quer participar? - Lauren perguntou, entrando no meu quarto de surpresa.
_ Quando você diz “nós” a quem você se refere?
_ Eu, Nick, Lucas e, quando ela chegar, Selena.
_ Nada de Lara? – perguntei.
_ Depois do café da manhã? Não mesmo.
_ Ela só está estressada. – tentei defendê-la.
_ Ela está estressada demais ultimamente.
_ Ela tem os motivos dela.
_ Nós todos temos motivos para estarmos estressados, ela não é a única aqui.
_ Só vamos manter a paciência.
_ Eu tenho bastante paciência. – defendeu-se. _ Bom, você que sabe, se quiser chama-la. – deu de ombros.
_ Qual filme? – perguntei.
_ Não sabemos ainda.
_ Então eu estou presa entre você e Nick escolhendo um filme de terror e Lucas escolhendo um filme de super-herói?
_ Melhor que deixar o Logan escolher e termos que assistir um documentário de 3 horas sobre as arvores da floresta tropical. – eu ri.
_ Ele nunca fez isso.
_ Mas sugeriu. – disse. _ O que é por si só assustador. Sério, eu não tó brincando, vocês terminarem foi uma coisa ótima.
_ Tá, Lauren, eu já entendi. – queria sair daquele assunto.
_ Posso contar com sua presença?
_ Pode. – sorri.
_ Ok, tem dinheiro para comprarmos alguma guloseima? – perguntou me olhando com olhos pidões.
_ Sabia que sua insistência não era por querer minha companhia.
_ Eu quero sua companhia, mas sua companhia mais um pacote de bala é bem melhor que só sua companhia. – explicou-se rindo. Ri junto.
_ Você não presta Lauren. – falei pegando minha bolsa.
_ Me ame menos Demetria. – entreguei-lhe uma nota de cinquenta.
_ Esperarei pelo troco. – ela gargalhou.
_ Talvez eu volte com uns cinco centavos. – fui com ela até a sala, vi que um dos seguranças iria comprar os doces junto a ela. Apesar do inicio conturbado, os seguranças agora não incomodavam tanto mais, as inspeções no quarto ainda aconteciam, mas apenas uma vez por dia, nada de toda hora que precisamos entrar eles entram primeiro, porém quando se trata de visitas eles continuam tão chatos quanto antes.

_ Me ajuda na pipoca? – perguntou Nick, vinda a sala também, logo após Lauren sair.
_ Me ajuda com a pipoca, ou faça a pipoca enquanto você fica olhando? – perguntei e ele riu.
_ Oh quem fala, é sempre você que fica olhando – ri.
_ Vamos lá. – falei, não tinha o que fazer mesmo. _ Fiquei sabendo que Selena virá, vocês se acetaram mesmo em? – perguntei assim que cheguei à cozinha.
_ É, ontem eu fui falar com os pais dela. – disse sorrindo grande. Era estranho vê-lo apaixonado, por tanto tempo ele foi aquele primo que sempre estava sozinho e sempre poderia sair comigo para alguma festa por que nada o amarrava. Ainda assim, a sua felicidade me dava felicidade, era algo bom de ser, ele todo bobo, sorrindo sem motivo.
_ E como foi?
_ Me senti como um garotinho. – riu. _ Mas foi bom, eles foram muito gentis comigo e aceitaram bem.
_ E o Joe?
_ Digamos que eu prefiro ficar um pouco longe dele por um tempo.
_ Ele vai se acostumar.
_ Assim espero, não tenho a intenção de criar confusão com ele, mas também não quero me separar dela só por causa dele.
_ Pode deixar, se ele arrumar confusão, eu dou um jeito nele. – falei. Nick já colocava a manteiga na panela.
_ Pega o milho? – perguntou. Fui até o armário, peguei o pacote de milho e o entreguei. _ Vocês dois estão juntos? –perguntou.
_ Não! – respondi sem hesitar.
_ Desculpa, é que, agora que você terminou com Logan...
_ Eu sei, eu acho que vou ficar sozinha por um tempo, é o melhor.
_ É, talvez seja bom. – disse e ficamos uns segundos em silêncio, _Eu acho tão irônico ele trabalhar para você.
_ Por quê? – perguntei. Ele jogou a pipoca na panela e começou a mexer um pouco com a colher.
_ O fato do pai dele ter trabalhado para o banco.
_ O banco do meu pai?
_ É. Você não sabia? – perguntou.
_ Não, tudo o que eu sei é o que o pai dele teve sérios problemas por causa do trabalho. Problemas de saúde.
_ É... E o Joe odiou o banco por isso por muito tempo.
_ Odiou...
_ Isso foi antes. – disse como se percebesse meu incomodo.
_ Ele nunca me disse nada.
_ E eu acho que eu não deveria ter dito também. – sussurrou.
_ Joe sempre me falou sobre a doença do pai com tanto... Tão nervoso, como se o emprego que o pai tinha fosse o pior do mundo.
_ O pai dele exagerou no trabalho. Só isso. – a pipoca começou a estourar.
_ Mas do jeito que o Joe falava, ele não culpa o pai, mas o trabalho.
_ Demi, isso não é muito importante.
_ É sim Nick.
_ Sério, eu não te disse nada, ok?
_ Não, você me disse. – falei e comecei a sair da cozinha.
_ Aonde você vai?
_ Vou conversar com ele.
_ Demi! – foi atrás de mim. _ Não faça uma tempestade num copo d’água.
_ Eu não estou fazendo tempestade em copo d’água. Eu só quero esclarecer as coisas para ele. Não quero que ele fique com a ideia de que o banco do meu pai é o vilão da história.
_ Ele não acha isso, Demi, o Joe não tem mais raiva o banco, na verdade ele é agradecido, foi graças ao tratamento pago pelo banco que o pai dele está vivo.
_ Agradecido? Não foi o que ele pareceu me dizer a um tempo atrás.
_ Demi, você não vê? É por isso que ele não te contou nada.
_ Pois deveria, se ele tivesse sido sincero comigo desde o começo, eu não...
_ Você não...?
_ Não teria contratado ele.
_ Ele esta fazendo um bom trabalho, não está? Não há motivos para você falar assim.
_ Será mesmo? Toda vez ele vem com algo novo, mas sempre terminamos de onde saímos. Nunca evoluímos.
_ Isso não necessariamente significa falta de empenho dele, ele nunca disse que seria fácil. Disse?
_ Ele nunca me disse muitas coisas, Nick.


(...)

O segundo segurança me acompanhou, ele dirigiu até a casa de Joe. Durante todo o caminho o silêncio foi a regra da vez. Ele, como sempre, não se atreveu a falar, e eu não queria assunto naquele momento.


_ Ei Demi. – disse Joe, atendendo a porta. _ Nós tínhamos algo marcado? – perguntou assustado, olhando ao relógio que estava em seu pulso. Já era tarde, quando saí de casa já era mais de seis da tarde.
_ Não. – respondi. _ Mas eu preciso falar com você.
_ Ah, tudo bem, pode entrar. – disse, abrindo espaço para que eu entrasse.
_ Não, tem como ser aqui fora? – perguntei. Ele fez cara feia, provavelmente por causa do frio, mas cedeu, pegou um casaco que estava pendurado logo na entrada da casa, atrás da porta, e saiu até o jardim para conversar comigo.
_ Algum problema? – perguntou.
_ Você não tem nada para me falar? – perguntei sugestiva.
_ Aé, sim, tenho, você não vai acreditar, na verdade, nem eu acredito ainda... As contas do banco, todas as contas são de pessoas que já morreram, todas!
_ Pessoas mortas não movimentam contas em bancos, muito menos desviam dinheiro.
_ Eu sei, não é aterrorizador isso? – perguntou.
_ Então, onde nós estamos nessa investigação, no zero, novamente, não é? – perguntei estressada, era sempre assim, quando tudo nos diz que estamos perto de descobrir quem é, voltamos ao zero. 
_ É, mas não tão ao zero quanto achamos, podemos descobrir quais gerentes cuida destas contas, isso pode nos dar uma luz.
_ Uma luz? Claro, uma luz...
_ Demi, você está bem?
_ Por quê? Por acaso não pareço bem?
_ Sei lá, você não parece muito feliz. Não se empolgou com essa nova pista.
_ Ah não? E porque você acha isso?
_ O fato de você está falando de maneira extremamente irônica ajuda um pouco.
_ Irônica? Eu?
_ Demi, dá para você falar o que está acontecendo?
_ Dá sim. – comecei. _ o quão comprometido a essa investigação você está, Joseph?
_ Muito, eu sei que teve uma época que hesitei, mas agora que voltei eu realmente quero terminar o caso.
_ Ah claro.
_ Demi, o que foi? – desesperou-se.
_ Porque você não falou nada sobre o seu pai?
_ O que tem meu pai?
_ Seu pai ficou doente por trabalhar no banco do meu pai. – ele hesitou.
_ Quem te contou?
_ Não interessa, a única coisa aqui que importa aqui é que eu não descobri isso de você.
_ Eu não pensei que isso faria grande diferença.
_ Quando você falou sobre a doença do seu pai, você disse que o trabalho tinha deixado seu pai doente, doente por uma falsa promessa.
_ Eu talvez tenha exagerado, é um assunto que me tira um pouco do sério.
_ Você culpa meu pai. – acusei. _ Você culpa meu pai pela doença do seu pai. – Joe parou e olhou-me já perdendo a paciência.
_ Quer a verdade então?
_ É a única coisa que eu quero.
_ Sim, o fato de o seu pai ter surgido do nada e se tornado praticamente o dono do banco iludiu muita gente, meu pai foi um deles, porque você acha que o banco do seu pai cresceu tanto logo após a entrada dele? Por sorte? Por trabalho do seu pai? Não! Foi por causa de funcionários que se mataram de trabalhar com um único objetivo: Se tornarem o próximo Eddie Lovato. O plebeu que virou rei.
_ Você não sabe o quanto meu pai trabalhou para chegar aonde chegou, não ouse a achar que foi por coincidência! – estressei.  
_ Mas eu sei o que meu pai trabalhou, eu sei o que o seus colegas trabalharam, eu sei o que eles passam naquele banco, eu sei o que os pobres lá dentro passam para pessoas como você vá lá e fique por meia hora, ganhe o quadruplo em um mês do que eles ganham em um ano.
_ Eu sei que não mereço estar na posição que eu estou, mas meu pai perdeu muito tempo da vida dele, enfiado dentro daquele banco, trabalhando que nem um condenado para chegar aonde chegou, não ouse acusar ele ou qualquer outro dos que estão lá de preguiça ou de qualquer outra coisa que você esteja pensando. – já gritávamos um com o outro.
_ E o que o faz diferente, Demi? Meu pai quase perdeu a vida naquele lugar, mas ele nunca chegou nem perto de uma promoção de cargo, o que você tem a dizer sobre isso? Meu pai é um incompetente?
_ Eu nunca disse isso.
_ Não? Pois é isso que eu vejo entre as entrelinhas das suas falas.
_ Ah, então agora você lê entre as entrelinhas? Pois então deixa que te falar o que eu leio entre as entrelinhas: Você acha que meu pai não trabalhou o suficiente, foi promovido como marketing, pois a subida do meu pai faria outros trabalharem como escravos. Você não acha que meu pai merecia ter chegado aonde chegou, pelo simples fato de que seu pai não conseguiu o que ele conseguiu.
_ E talvez eu ache mesmo, quem te garante que não foi isso? Nenhum homem consegue o que seu pai conseguiu em tão pouco tempo.   
_ E porque não? Existem vários milionários por aí que eram pobres e graças aos estudos e ao trabalho ficaram ricos... Eu nunca vi ninguém falando do Bill Gates, você acha que ele foi uma jogada de marketing também.
_ É diferente, ele criou algo novo, o seu pai chegou em algo de já existia, algo dominado por magnatas. Magnatas que enxergam pessoas como eu pai e como o seu  pai era, como números, mão de obra, não humanos merecedores de chances, chances que seu pai conseguiu de maneira surpreendente.
_ Sabe qual é a verdade? Você não se conforma do seu pai não ser meu pai.
_ Ah, sem duvidas, claro. – disse irônico.
_ Ah não? Porque tudo o que eu vejo aqui é, “meu pai trabalhou duro e continuou pobre, mas seu pai não, ele cresceu na empresa, ele ficou rico, o que é injusto, pois meu pai trabalhou também”.
_ E sabe o que você me diz? “Seu pai é um idiota e invejoso, quis trabalhar para crescer na vida e dar um bom futuro para os filhos? Que idiota, ele deveria se contentar com o tem, pois as pessoas deveriam fazer isso. Seu pai trabalhou feito um louco porque é um idiota, idiota e idiota”.
_ Eu nunca disse que seu pai é um idiota, ele só criou um. – falei.
_ Nossa, que ruim, a dona Demetria Lovato me acha um idiota, vou me jogar da ponte.
_ Você não conheceu meu pai para saber pelo que ele passou, Joseph, meu pai trabalhou muito, você não sabe o quanto...
_ Talvez eu faça. – interrompeu-me, gesticulando com os braços em direção a sua casa. Olhei para o lado e vizinhos do Joe espiavam nossa briga pela janela, na casa dele, Selena observava tudo, ela estava bem arrumada, provavelmente porque iria assistir ao filme em meu apartamento, ah que ótimo, ainda tinha esse filme. Perto do carro, o segurança estava tenso, pronto para agir, bastava eu pedir. _ Quer saber? – ele não mais gritava. _ Talvez tenha sido bom meu pai não crescer tanto assim na empresa, pelo menos assim ele ficou vivo. – meu coração doeu, meu mundo apagou, eu não acreditava nas suas palavras, olhei em seus olhos e seu olhar era frio, ele não tinha remorsos pelo que falou.
_ Seu pai ainda está vivo graças a meu pai ter pagado o tratamento dele. – falei com voz de choro, eu odiava ser frágil assim, mas este era o meu ponto fraco, eu não conseguia não chorar.
_ Seu pai não pagou nada, ele nem devia saber da existência do meu pai, quem pagou foi o banco, e não foi mais que a obrigação, afinal de contas, foi aquele antro que o deixou doente.
_ Então é isso? É assim que você pensa? – perguntei, ele cerrou o maxilar, cruzou os braços e assentiu com a cabeça. _ Você está despedido. – ele riu sarcasticamente e deu de ombros. _ Nunca mais chegue perto de mim, eu não quero te ver nem pintado de ouro. – falei dura.
_ Digo o mesmo a você e aquele seu priminho idiota. – falou ele.
_ Você é o único idiota aqui. – falei com nojo, não era possível que eu tinha me enganado não só uma, mas duas vezes.
_ Foi você que procurou Demetria, nós estávamos bem, tudo estava bem, foi você que procurou.

Continua
Olá gente, como podem ver mais uma briga rolou aí, será que no fim Demi vai ficar sozinha e sem conseguir encontrar o assassino do pai dela? Bom, para a resposta vocês ainda terão que esperar mais 6 capítulos. Sim, faltam seis capítulos para o fim definitivo da fic. Enfim chegamos a reta final, muita coisa vai acontecer nesses últimos capítulos, então preparem seus coraçãozinhos, e nos vemos no próximo domingo.

Kah: postado, espero que tenha gostado. Bjsss

Milena: posso te garantir que não vai demorar muito para que isso aconteça. Obrigada por comentar. Bjsss

domingo, 15 de fevereiro de 2015

39. Começo – The Big Apple



Dormir foi impossível, eu ficava tentando lembrar-me de sinais, qualquer sinal, que me mostrasse que no fundo Logan sempre fora violento e eu que fui cega demais para perceber. Porém nada vinha, tentei lembrar-me das nossas brigas, mas sempre era eu a que brigava e gritava, fazia um escarcéu, enquanto ele escutava impaciente e assim que ele estressava de vez ele saia de perto e me deixava falando sozinha, o que me enfurecia mais ainda, no fim das contas, pouco tempo depois ele estava de volta, e mesmo que fosse eu a culpada, ele era sempre o que pedia desculpas.


Com Nicholas foi um pouco mais fácil enganar, Genevieve emprestou-me um cachecol para que eu usasse no pescoço e escondesse as marcas da mão de Logan, que estavam bem avermelhadas e provavelmente ficariam roxas. Aproveitei-me do frio para justificar o uso e no fim, tudo o que ele sabe é que Logan e eu tivemos uma briga feia, em que muitas ofensas foram trocadas e eu estava devastada. Nick não me perguntou a razão da briga, ele não precisava, ele já desconfiava de Joe e eu, e sabia que Logan descobriria mais cedo ou mais tarde.


_ Você não esta nada bem. – comentou Lauren. Estávamos na mesa do café da manhã, os empregados haviam voltado e com isso o café da manhã parou de ser torradas compradas, frutas e cereais, para bolos, sucos naturais, torradas caseiras e panquecas. Com isso todos resolveram que valia a pena voltar fazer o desjejum juntos. Apenas sorri em resposta, não estava bem mesmo, e nem mesmo conseguia fingir. _ Aconteceu alguma coisa?
_ Ela e Logan terminaram. – respondeu Nick no meu lugar.
_ Jura? – perguntou sem esconder sua felicidade.
_ Sua tristeza me comove. – ironizei.
_ Eu não vejo porque ficar triste. – não tentei responder. _ Você também não deveria ficar triste, não perdeu muita coisa. – deu de ombros.
_ Agora você quer me dizer como ficar? – perguntei impaciente.
_ Tem como vocês não brigarem? Vamos ter um café da manhã em paz? – pediu Lara, que até o momento tinha se mantido calada.
_ Nós não estamos brigando, estamos apenas discutindo.
_ Então discutam longe de mim. – disse seria.
_ Credo mãe. – reclamou Lauren.
_ Lauren, eu estou com uma enxaqueca horrível, tem como você respeitar isso? – perguntou quase explodindo. Lauren revirou os olhos, mas se calou. Como isso, o café da manhã que já estava estranho, terminou tenso e desanimado.



_ Você tem certeza que está bem o suficiente para ir? – perguntou Nick. Eu estava acabando de me arrumar, encontraria com Joe no escritório de Harry daqui a meia hora.
_ Eu só tive uma discussão, não estou doente. – respondi.
_Ah, vai saber, essa sua carranca pode assustar alguém. – disse rindo, não pude deixar de rir também.
_ Que foi? Também acha que eu devo ficar feliz, como se a melhor coisa do mundo tivesse acontecido?
_ Não. – respondeu. _ Eu não espero isso de você, só relaxe um pouco, se for pra ser vocês voltam.
_ Talvez eu não queira voltar.
_ Você não o ama mais?
_ Não. – respondi.
_ Então porque você está tão triste? – suspirei.
_ Porque eu fui boba, Nick.
_ E porque você acha isso?
_ O Logan se mostrou ser uma pessoa completamente diferente no momento da briga, eu nunca o imaginei daquele jeito.
_ E isso tem alguma coisa a ver com sua nova paixão por cachecóis?
_ Ahn? – ele apontou para meu pescoço.
_ Não. – menti.
_ Você não tirou o cachecol desde que chegou do apartamento do Logan. – reparou.
_ É por causa do frio.
_ Você nunca gostou de cachecol, eu me lembro de você ter recusado um que eu te dei de presente.
_ Eu mudei de ideia. E eu não recusei, eu só não usei, mas eu ainda o tenho guardado, vou usa-lo.
_ Ah, claro, mudou de ideia... O frio... Nem está tão frio mais assim, hoje nem nevando está.
_ Mas eu continuo sentindo frio, não está tão quente assim, o céu tá cheio de nuvens, o sol nem consegue nos aquecer.
_ Estranha mudança, mas você sabe o que faz da vida, Demetria, se estiver escondendo alguma coisa eu vou descobrir de qualquer jeito. – disse.
_ Eu não estou escondendo nada.
_ E eu não te conheço.
_ Talvez eu só quisesse um pouco de privacidade.
_ Eu não estou querendo invadir sua privacidade, só quero a verdade.
_ Que verdade?
_ A única que existe, Demi.
_ Eu não menti para você.
_ Então ocultou algo.
_ Você já foi menos chato.
_ E você menos mentirosa.
_ Eu não menti para você. – tornei a afirmar.
_ Menos misteriosa, se assim preferir. – corrigiu-se.
_ Quando for o momento certo eu te falo. – falei, percebendo que eu não o convenceria.
_ E quando esse momento vai chegar?
_ Eu não sei ainda. – respondi. _ Mas esse dia um dia chega.


(...)


Harry estava na porta de seu escritório quando chegamos. Chegamos lá exatamente na hora marcada, desta vez não teria que ser encarada de canto por ele, o que por si só já era um alivio.
_ Sentem-se. – disse. Joe e eu nos sentamos. _ Vocês me chamaram, sei que querem que eu fale sobre os processos de Eddie, mas descobri algo melhor, quer dizer, mais útil para essa... Investigação.
_ Útil? – perguntou Joe confuso.
_ Sim, eu fiquei encarregado de fazer Inventario, e com isso fui ao contador dele, eu não sabia e acredito que o Eddie também não, mas o dinheiro de Eddie vem sendo roubado por cerca de dois anos.
 _ Como assim roubado?
_ O dinheiro que ele recebe estava sendo transferido para outras contas, não se sabe quem são os donos das contas e grande parte das transferências foram feitas para contas no próprio banco, não todas, mas a maioria.
_ Mas como que meu pai não percebeu isso? – estranhei.
_ Aparentemente quem estava transferindo foi esperto, não tirou do salario de seu pai, mas dos extras que mudam de mês em mês, dependendo do tanto que o banco lucra, se ele não estiver muito atento aos números ele pode ser enganado, as transferências não foram grandes, foram poucas quantidades por vez, mas que no final somam uma boa quantia.
_ E esse contador, ele não percebeu nada?
_ Percebeu, e alegou ter avisado a seu pai, porem já fazia um tempo em que todo relacionamento de seu pai com o contador estava sendo feito por um terceiro.
_ Você tem o nome desse terceiro?
_ Sim, ele me informou: Antony Herbert.
_ Ele sabe o nome dos donos das contas?
_ Não, ele sabe os números das contas, mas para saber os donos ele precisa da autorização, ou da Senhorita Demetria ou dos gerentes das agencias as quais as contas foram abertas, já que é uma informação confidencial.
_ Você tem os números aí? Eu posso olhar isso ainda hoje.
_ Os tenho aqui. – disse, entregando-me um papel, ele tinha vários números, organizados em uma lista, sete contas diferente no total.
_ Obrigada Harry, muito obrigada. – agradeci percebendo que eu poderia estar mais perto que pensava de descobrir quem matara meu pai.

(...)

Chegamos ao banco apressados, mal nos aguentávamos de ansiedade, colocaríamos o tal de Antony contra a parede e dele poderiam sair os nomes e desses nomes, se algum batesse com nossos suspeitos, lá estaria o assassino de meu pai, tudo chegaria ao fim, finalmente tudo teria um fim.
_ Olá Senhorita Demetria, precisa de algo?  - perguntou a secretaria, assim que nos viu saindo do elevador.
_ Sim, preciso que chame a minha sala o senhor Antony Herbert. – falei. Joe estava logo atrás de mim. _ Algum problema? – perguntei ao ver sua hesitação.
_ O senhor Antony morreu, senhorita Demetria.
_ Morreu? – perguntei chocada, mas que merda! _ Quando?
_ Ah uns dois anos e meio. – respondeu, Joe e eu nos entreolhamos, então não, não estávamos tão perto assim de uma conclusão.
_ Ele era funcionário do banco, não era? – perguntou Joe, naquela altura não tínhamos mais certeza de nada.
_ Sim, ele era o faxineiro. – respondeu. Joe desesperou-se, quem quer que esteja roubando meu pai, tinha se escondido muito bem. _ Ele era um grande amigo de seu pai, seu pai gostava muito dele, todos gostavam muito dele, ele era um senhor muito simples e divertido. – disse nostálgica.
_ Ele pode ter feito algum trabalho a mais do que ser faxineiro? – perguntou Joe, tínhamos que tirar algo de toda essa história.
_ Não, ele não teria muito que fazer aqui, ele era analfabeto, ele só sabia escrever o nome dele para não ter que assinar tudo com o dedão. – era isso, nós avançamos tanto para parar no mesmo lugar, a revelação de Harry não tinha nos levado ao fim, mas sim ao começo.

Continua

Como prometido, postado, e então, quem vocês acham que estava roubando o Eddie?
Façam suas apostas.
Bjsss

Caah: kkkkkk por enquanto o Joe nem desconfia, mas quando descobrir... Espero que tenha gostado. Obrigada por comentar. Bjsss
Milena: Pior que a Demi continua a esconder tudo, mas vamos esperar para ver o que ela vai fazer... Espero que tenha gostado. Obrigada por comentar. Bjsss

Kah: Pode ser que tenha sido ele, é uma grande suspeito, e suas suspeitas podem aumentarem ainda mais nos próximos capítulos. Espero que tenha gostado. Obrigada por comentar. Bjsss

domingo, 8 de fevereiro de 2015

38. Venha me buscar (parte 2) – The Big Apple



Saiu sem pensar, não foi por querer, eu não medi minhas palavras, saiu tão automaticamente que demorou alguns segundos para que eu percebesse que eu realmente tinha falado isso. Já para Logan foi bem mais rápido, no mesmo instante ele parou e olhou-me, eu pude ver o ódio crescendo em nele.  

Ele agarrou-me pelo pescoço, apertando-o, comecei a lutar contra ele, empurrando-o, mas o fato dele estar por cima contou contra mim, eu já podia sentir a falta de ar, meu corpo ficando fraco. Talvez esse fosse meu fim, que bela maneira de morrer, sendo estrangulada pelo seu próprio... Noivo?
Antes que minha visão ficasse turva ele soltou-me, talvez ele tenha acordado para o que estava fazendo, ele saiu da cama atordoado, colocando suas roupas todo desajeitado, enquanto eu lutava apara voltar ao normal, mas antes mesmo que eu conseguisse ele puxou-me pelo cabelo e tacou-me na cama novamente.
_ Eu não acredito. – gritou. _ Quer dizer. – riu nervosamente. _ Era obvio não era? Que eu sou um chifrudo?
_ Logan, não...
_ Cale a boca. – berrou e veio pronto para bater-me, encolhi-me toda. Eu sei que ele estava nervoso, mas eu nunca tinha imaginado Logan dessa maneira, ele nunca foi violento, nunca, jamais e agora ele simplesmente estava assustador, nunca o vi daquela maneira, meu coração estava acelerado, eu estava com medo, com um medo que nunca senti igual, eu mal conseguia reagir de medo, eu podia tentar revidar, provavelmente não iria adiantar muito, ele é mais forte que eu, no máximo que eu podia fazer era me defender e torcer para que ele me deixasse ir. Olhei-o e ele parou no meio do caminho, não iria me bater. _ Por quê? – perguntou por fim, como se estivesse se rendendo. _ Por que, Demi? – tornou a perguntar. _ Por quê? – berrou e veio ate a mim, arregalei meus olhos de medo.
_ Eu não... – eu não conseguia nem mesmo falar, tinha medo de que ele ficasse mais irritado e tornasse a querer me bater.
_ Sabe? – sugeriu. Apenas fiz que sim com a cabeça. _ Eu sei que eu fiquei afastado depois da morte do seu pai, mas... Isso Demi? O que custava pedir para que eu me reaproximasse? O que custava esperar por mim? Eu esperei por você! – berrou e eu me afastei, jogando-me no chão com medo, ele não fez menção de seguir-me, por isso parei. _ Eu esperei por você, eu tive toda a paciência do mundo, porque eu sabia que você estava mal, que você precisava. Você tinha acabado de perder seu pai, como, como que você...? – ele não consegui falar. _ Vocês realmente se conheceram agora? Há quanto tempo?
_ Foi.
_ Foi o que? – gritou.
_ Agora. – falei com medo. _ Foi só agora.
_ Só? – perguntou incrédulo. Aproveitei-me da sua pausa para pegar as roupas que estavam no chão. _ O que você está fazendo? – perguntou. Acabei apenas me cobrindo com a roupa.
_ Me vestindo. – respondi, meu coração estava tão acelerado que já estava doendo. _ Eu vou embora. – tentei dizer da maneira mais calma possível, não queria que ele se enfurecesse novamente. Ele não disse nada.
Comecei a vestir-me apressada, e no desespero acabei me atrapalhando, era como se tudo estivesse se encaminhado para dar errado, minhas mãos tremiam tanto que eu não conseguia vestir minha calça, mal tinha conseguido colocar minha calcinha e como resultado, eu nem mesmo estava próximo de estar vestida e Logan reapareceu na minha frente, ele nem mesmo parecia ele. Seu olhar era assustador, aquele não era Logan, não o Logan que eu conhecia.
_ Logan, por favor, sai. – eu estava quase chorando de pavor.
_ Eu posso ter feito muita coisa, Demi, coisas que eu me arrependo muito. Eu posso não ser uma boa pessoa, mas eu nunca te traí, no momento em que eu me comprometi com você, eu fui fiel. – ele não gritava, mas ainda parecia assustador. _ Foi por isso que você não aceitou meu pedido de casamento? – perguntou. _ Não foi?
_ Eu não ia conseguir me casar com você sabendo do que eu fiz.
_ Mas conseguia ficar comigo? Conseguia me ver apaixonado por você e não me dizer nada? Conseguia ir para cama comigo? Conseguia dizer que me ama?
_ Eu... – parei.
_ Você o que? – perguntou ao ver minha hesitação.
_ Eu não disse. – ele chegava cada vez mais perto e eu ficava com mais medo.
_ Não disse? Não disse o que? – ele me olhava nos olhos, engoli o seco. _ Você vai me responder ou vai me fazer tirar a resposta à força?
_ Eu... Eu não disse que... Te amo. – olhei-o e percebi que eu tinha acabado de decretar a minha morte. Instantaneamente levantei-me e corri, eu nem mesmo sei de onde consegui força para fugir, mas lá estava eu, tentando correr o mais rápido possível, eu segurava minhas roupas comigo, só queria sair dali. Logan veio atrás e quando eu já estava na sala, quase conseguindo alcançar a porta, ele me pegou, empurrando-me contra a parede, parei na parede bem ao lado da porta, tão perto e tão longe ao mesmo tempo. Logan chegou por trás, pressionando-me mais contra a parede. _ Logan, você está nervoso, vamos conversar depois, me deixe ir embora.
_ Eu te amei Demetria, eu te amei muito. – abriu a porta e empurrou-me para fora.

Demorei um pouco para conseguir me acalmar, vesti-me quando consegui fazer com que minhas mãos parassem de tremer.
_ Você está bem? – perguntou uma mulher mais velha, ela era baixinha e tinha os cabelos totalmente brancos, sem nem um fio preto ou cinza, abrindo a porta logo ao lado do apartamento de Logan. Engoli o choro e sorri.
_ Estou. – tentei parecer convincente.
_ Você quer entrar? Quer um copo de água?  
_ Não obrigada. – levantei-me.
_ Desculpe-me, vi como Logan a jogou para fora. Não sei o que aconteceu, mas não acho certo o que ele fez. Se você precisar de algo... – talvez fosse o jeito fofo dela, ou a minha tristeza, ou quem sabe os dois, eu comecei a chorar, chorar descontroladamente, a senhora veio e abraçou-me, não fez perguntas, não disse nada, apenas abraçou-me.

Entrei em seu apartamento e era tudo meio cheio, arrumado, porém cheio, quadros, esculturas, fotos, e sofás em excesso.
Ela me deu um chá de camomila e enquanto eu tomava a xicara, ela sentou-se em sua cadeira de balanço e começou a bordar.
_ Obrigada. – falei colocando a xicara no centro de mesa.
_ De nada. – sorriu. _ Seu nome?
_ Demetria. – respondi. _ O seu?
_ Genevieve. – respondeu. _ Pode deixar que eu darei uma bronca naquele menino, onde já se viu tratar uma garota tão bonita de maneira tão bruta?
_ Não precisa, sério, no fundo eu também tenho culpa.
_ Nada que você tenha feito justifica violência.
_ O que eu fiz foi realmente sério e o magoou muito.
_ Novamente: Nada que você tenha feito justifica violência. Se você acredita que você tem alguma culpa, então tome cuidado. Pode cair em uma grande cilada.
_ Ele não é assim, ele nunca foi. Logan sempre foi sensível, um anjo de pessoa. Eu nunca o imaginei daquela maneira. – meus olhos se encheram de lágrimas.  
_ É no nosso pior que conhecemos o pior das outras pessoas, talvez ele nunca tenha sido violento, porque nunca passou por uma situação que o provocasse tal reação. – disse. Parei, talvez ela estivesse certa, talvez Logan sempre tenha sido assim, eu só nunca soube.
_ Tem como eu fazer uma ligação? – perguntei. _ Esqueci meu celular na casa dele e não quero voltar lá.
_ Claro. – e sorriu.

Peguei o telefone e liguei diretamente para o celular de Nick, ele seria o que mais manteria a calma e fora que era o número mais fácil e por isso era um dos poucos que eu tinha decorado.
Demorou um pouco para que ele me atendesse, talvez porque ele não reconheceria o número e por isso pensaria duas vezes antes de atender.
Comecei a ficar nervosa, eu nem mesmo sabia o que diria a ele, não queria assusta-lo, mas eu não tenho duvidas que ele irá me pedir explicações.
_ Alo? – atendeu desconfiado.  
_ Nick, sou eu Demi.
_ Demi? Porque você está me ligando de um número estranho?
_ É... Não me faça perguntas, só. – voltei a chorar, nem mesmo sei por que. Mas será que eu não podia agir normalmente? Que merda!
_ Demi? Demi, o que foi? Demi, o que está acontecendo? Onde você está? – eu podia ver a preocupação em sua voz.
_ Venha me buscar Nick, por favor. Venha me buscar.
Continua

Olá, esse é o final do capítulo que eu postei na última segunda, como vocês podem perceber deu a louca no Logan, e agora, o que vocês acham que a Demi vai fazer? Ela vai ter dó dele? Vai dizer a verdade a Nick?
Nessa última semana comecei a fazer cursinho, por isso o capítulo demorou mais para sair, por agora postarei apenas nos domingos, caso eu não conseguir, tentarei avisar.
Comentem.
Obrigada.

Caah: kkkkk e aí, ainda está com pena do Logan? Espero que tenha gostado do capítulo, obrigada por comentar. Bjsss
Nessa: kkkk realmente a Demi fez besteira, mas quem sabe isso a tenha feito acordar e largue o Logan de uma vez? Obrigada por comentar. Bjsss
Fernanda: Ei xará, definitivamente fodida kkkkkk É, pelo jeito o plano de conversa e terminar amigavelmente falhou. Obrigada por comentar. Bjsss

Kah: postado, espero que tenha gostado. Obrigada por comentar. Bjsss 

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

37. Venha me buscar (parte 1) – The Big Apple


Um dia de folga, bom, folga para mim. Joe continuaria na investigação, hoje ele iria se dedicar a descobrir quem fez o telefonema anônimo, a conta de telefone não ajudou muito, deu como chamada privada, ele disse que ainda assim seria capaz de encontrar de onde a chamada tinha sido feita, então deixei por ele mesmo.


Ao olhar-me no espelho não pude me reconhecer, era como se eu estivesse mais velha, eu já tinha reparado nisso antes, mas é como se um dia tivesse o efeito de cinco anos. Era como se não adiantasse o quanto eu me arrumasse, as roupas de marca não faziam diferença, e não ajudava muito eu ter passado a noite em claro, as palavras de Lara martelavam em minha cabeça, será mesmo que eu estava prejudicando tanto assim a toda a minha família? Se eu parasse, as coisas realmente melhorariam?
Não posso negar que fui até o quarto de Lauren durante a noite, já se passavam de três da manhã e eu pude escutar seu choro, era um choro doloroso. Como ela conseguia esconder todo esse sofrimento durante o dia? Ou será que ela não escondia, só eu que não percebi? Será que eu sou uma irmã tão ruim assim?

_ Algum problema? – perguntou Logan, chegando por trás e me entregando uma taça de vinho. Ele estava tentando ao máximo criar um clima relaxado e romântico, seu apartamento de nada parecia com a alguma vez que estive nele, agora tudo estava arrumado, nada fora do lugar.  _ Não para de olhar no espelho, mas não dá um sorriso ao contemplar sua beleza. – disse e deu-me um beijo na bochecha.
_ Talvez porque eu não esteja vendo essa tal beleza que você está dizendo. – respondi.
_ E eu te digo que é impossível você não ver.
_ Ah. – fingi dar de ombros. _ Eu só devo estar um pouco cansada mesmo. – dei um gole no vinho e logo fiz careta. _ Seco. – ele riu, ele sabia que eu nunca gostei de vinho seco.
_ Vai combinar perfeitamente com o que tem para o nosso almoço, que, diga-se de passagem, está muito bom.
_ Almoço? – virei-me para ele. _ Você cozinhou? – perguntei surpresa.
_ Mmmm, na verdade eu comprei em um lugar em que faz uma comida ótima. – assumiu. _ É aqui perto, abriu há pouco tempo, mas já conquistou meu coração.
_ Terei que disputar espaço no seu coração com esse restaurante? – perguntei, ele sorriu.
_ Não, o seu lugar aqui. – disse levando sua mão direita até o coração. _ já está mais que garantido.
_ Brega, clichê, e um pouco gay. – ri.
_ Romântico, sedutor, e você amou. – corrigiu-me, apenas ri em resposta.


(...)

Logan não mentira quando elogiara o restaurante, as massas e as opções de queijos lotaram a mesa de quatro lugares de Logan. Não comi o tanto que queria, mesmo estando no apartamento dele, não conseguia tirar a tristeza da minha mente, eu não consegui relaxar totalmente, minha mente não estava ali.
_ Tem certeza que não quer mais nada? – perguntou Logan.
_ Tenho.
_ Não gostou?
_ Está tudo ótimo, é só que eu estou meio desanimada mesmo.
_ Tem certeza? Eu posso pedir algo que você goste mais. – disse.
_ Sério, não precisa se preocupar. Você só deu o azar de me pegar em um dia ruim. – sorri fraco.
_ Que tal um filme de comedia? Acha que ajuda?
_ E você tem algum filme de comedia aí? – perguntei sabendo da sua preferencia exclusiva por documentários.
_ Não exatamente. – disse risonho. _ Mas eu, nesses dias, achei um filme que você deixou aqui já faz um tempo e que eu sei que você ama.
_ Qual? – perguntei curiosa.
_ Meninas Malvadas.
_ Logan! – gritei instantaneamente. _ Você disse que eu não tinha esquecido aqui, eu fiquei louca atrás desse filme, eu comprei outro! – dei-lhe um tapa no braço e ele gargalhou.
_ Eu não sabia que estava aqui, descobri ontem arrumando o apartamento.
_ Mentiroso, eu sei que você sabia que estava aqui. Eu sei que você adorou esse filme. É um clássico da nossa geração. – ele riu.
_ Já ouvi o mesmo para Titanic.
_ Titanic não chega nem perto. – falei, sério, nunca fui tão apaixonada assim com Titanic, é bonito e tal, mas sei lá, Meninas Malvadas é Meninas Malvadas, simples assim.
_ Resumindo, isso foi um sim?
_ Você ainda duvida? – ele sorriu.
_ Vai lá para o quarto, só vou guardar as coisas na cozinha, pode ser? – piscou.
_ Ok, senhor galanteador. – sorri.


(...)


Mal estava no meio do filme quando Logan começou a mostrar certos interesses, eu recusei, dei a desculpa de estar a assistindo o filme, mas o motivo maior era que eu não queria, eu não sentia mais o mesmo por Logan, eu sei que teria que redescobrir aquele sentimento antigo, cedo ou tarde eu teria que fazer isso, mas não seria algo do dia para o outro.

Quando o filme acabou eu não tive uma desculpa para dar. Eu sei, eu poderia muito bem dizer que não queria, mas a culpa que eu já carregava dentro de mim e o medo dele desconfiar me fez ceder. Não é comum eu fazer isso, para falar verdade eu nunca fui disso, mas eu também nunca estive com medo de ser descoberta.

Não posso negar, a cada toque, a cada investida, a cada beijo, eu me lembrava da noite que tive na praia com Joe, era difícil concentrar-me em Logan, mas ainda assim tentei dar o máximo de mim, ele não podia perceber que eu não estava ali, ele não merecia isso, naquele momento eu era o problema.

Fechei os olhos, tentei sentir aquele momento, e no fim das contas deu certo. Deu certo da maneira errada.
Foi mais forte que eu, ao me relaxar minha cabeça novamente se voltou a Joe, porém foi bom, eu podia sentir agora o prazer que eu deveria ter sentido desde o começo. Entreguei-me mais, agora nada mais era forçado, meus gemidos eram reais e eu queria mais.
_ Mais. – pedi e ele respondeu indo mais rápido e profundamente. Gemi de prazer. _ Isso, isso. – disse com os dentes cerrados. _ Isso Joe.

Continua

Olá gente, sei que esse capítulo deveria ter sido postado no sábado, mas infelizmente não pude, já vem um tempo em que não estava me sentindo muito bem, com uma dor e dormência na parte esquerda do corpo, não sei o porque, mas de sexta para sábado os sintomas se intensificaram e acabei não conseguindo terminar o capítulo. Já estou um pouco melhor.
Esse capítulo ia ser em uma parte só, mas isso é o que já tinha deixado pronto e acho que parou em uma parte que deixa um arzinho de suspense, então decidi deixar por isso mesmo, só revisar e postar.
Não sei exatamente que dia postarei o próximo capítulo, acredito que antes de sexta-feira.
Obg.

Caah: Sem duvidas é de se suspeitar desse desabafo dela, vai que sua aposta esteja certa? Bom, obrigada por comentar. Bjsss

Milena: KKKK Se eu te dizer que a confusão só tá começando? Mentira, quer dizer, verdade, ah sei lá, até eu tó confusa kkkkk. Capítulo postado. Obrigada por comentar. Bjsss