domingo, 26 de março de 2017

10. Lara (Parte 2)

Escuto um grito.
É minha mãe.
Mas que merda! Porque ela não ficou quieta em seu quarto?
Agora o barulho se intensifica, não são apenas alguns objetos caindo, mas sim coisas pesadas, gritos, não somente de minha mãe, mas também de meu pai, os cachorros da vizinhança começam a latir, claramente alarmados pela bagunça que esta acontecendo em minha casa. Torno a tentar abrir a porta, agora não mais me importo com a minha segurança, meus pais estão lá embaixo, lutando? Apanhando? Não sei, mas não posso abandona-los.  Se eles vão lutar ou apanhar, eu vou lutar ou apanhar junto.
Minha porta faz um barulho estanho e alto enquanto a forço para frente e para trás, bato na porta, grito, mas nada acontece, a porta não se abre, e o barulho do lado de fora só se intensifica.
Corro até a janela do meu quarto, do lado oposto a porta, ela também estava fechada, e trancada.
Mas o que?
Posso até tê-la fechado, pois estava uma noite fria, porém eu não havia a trancado.
Tento pegar algum livro em minha estante, que fica bem ao lado da janela, e tacar no vidro da janela, que nada mais faz do que soltar um barulho oco.
Tento novamente, mas nada muda. Corro, tentado encontrar algo mais pesado e firme, algo que realmente me ajude a quebrar a janela.
O barulho para. Porém eu ainda posso escutar o meu coração acelerado. Talvez tudo já tenha acabado e eu não precise pedir ajuda.
_ Mãe? – grito. _ Pai? – ainda não escuto nada. _ Mãe? – vou até a porta, e dou alguns murros. _ Pai? – continuo gritando, porque eles não me respondem?
Um soco vem do outro lado da porta. Tomo um susto e dou alguns passos para trás.
_ Mãe? – grito, porém sai um grito tremulo.
Não obtenho resposta.
Meu corpo inteiro treme.
_ Pai? – tento gritar, mas sai praticamente um sussurro.
Outro estrondo vem do outro lado da minha porta, e desta vez a porta sai voando em grandes e pequenos pedaços. Berro sem nem mesmo perceber e tento correr, sem nem mesmo ter para onde fugir.
 Na porta vejo uma figura alta, toda de preto, com mascara e luvas. A figura não se movimenta; se mantem parada, frente à porta, que agora não mais existe. Eu olho apavorada e fico paralisada, quero tentar correr novamente, talvez tenha uma possibilidade de fuga, não sei qual, mas mesmo se tivesse, sei que não vou descobrir, meus pés parecem pregados com prego no chão.
_ Olá Lara. – diz a figura, que agora sei que se trata de um homem. _ Chegou a hora. – diz, vindo em minha direção. Tento me afastar, mas não ando, ainda estou presa. Ele me agarra e eu apago.


Acordo.

domingo, 19 de março de 2017

10. Por Lara (Parte 1)





Olho para o relógio no canto direito da tela de meu notebook, já se passa da meia noite, meia noite e dez, para ser mais exata. Tento não me distrair com algum site na internet, mas quando me dou conta já é meia noite e dezesseis, me distrai novamente, e nem mesmo sei com o quê. Olho para o Word, e para as quatro linhas ali escritas. Eu tinha apenas algumas horas para terminar aquele texto de apresentação, minha ultima chance de entrar em alguma faculdade, já que todas as outras datas já haviam expirado.
“Meu nome é Lara Sullivan, tenho 19 anos, me formarei no fim desde mês e me candidato para uma vaga no curso de Biologia. Creio ser uma boa candidata para a vaga em sua faculdade, porque sou uma pessoa...”.
Uma pessoa...
Ótimo, sou uma pessoa.
Sou uma pessoa que não faz a mínima ideia do que escrever. Aquele e-mail seria lido pelo reitor da faculdade, e eu deveria estar tentando impressiona-lo, mostrar a ele minha paixão pela biologia, mostrar que sou uma boa garota, que entrar na sua faculdade seria um sonho realizado, e que ele me aceitar seria a decisão mais sábia a se tomar, porém, como falar isso?
Ou melhor, como escrever isso sem parecer clichê ou prepotente?
Sou péssima com explicações, posso até mesmo saber exatamente o que quero passar, mas não sei como dizer, sempre foi assim, talvez tenha puxado isso de meu pai, que sempre se complicou, e muito, quando precisava me ensinar qualquer coisa, se não fosse por minha mãe, talvez até hoje eu não soubesse amarrar meu tênis.
Meia noite e vinte e sete.
Suspiro.
Incrível como os minutos pareciam voar, me pressionando a escrever mais rápido. Eu só queria ter mais um dia, apenas mais 24 horas para tentar escrever algo descente, mas cá estou eu, com o prazo de nove horas, nada mais, nada menos.
Sei que meus pais esperam que eu consiga entrar em alguma faculdade este ano, eles não se importam em qual, só querem que eu entre. Tenho que agradecê-los por não serem tão exigentes, mas sinto que talvez consiga decepciona-los, mesmo eles tendo me pedido tão pouco.
“uma pessoa esforçada...” tento escrever algo mais, mas é isso, sou esforçada...
Deixo meu corpo afundar na cadeira, frustrada.
Olho para a foto, no porta-retratos que está ao lado do meu notebook. Aquela foto havia sido tirada há apenas dois anos atrás, no 27º aniversario de casamento dos meus pais, lá estávamos os três juntos, sorrindo para a foto. Meus pais já são um pouco velhos, não posso negar, meu pai é calvo e, apesar de negar, muitos dos seus dentes foram reimplantados. Minha mãe possui algumas rugas, porém se mantem sempre bem cuidada, nunca deixa passar o dia de pintar seu cabelo, que naturalmente é castanho, mas que ela pinta de vermelho.
Eu tenho a altura do meu pai, que é alguns centímetros mais alto do que minha mãe. Não me pareço muito com nenhum dos dois, sou uma mistura perfeita.
Sou muito branca, assim como meu pai, tenho cabelo bem preto, que não condiz com nenhum dos dois, mas creio ter puxado a meu avô materno, e sou muito magra, o me remete da minha mãe. Desde que aquela foto havia sido tirada, eu tinha ganhado alguns quilinhos, o que, para surpresa de alguns, é algo bom, já fui motivo de chacota por eu ser muito magra, meus peitos custaram para crescer e, bom, se eu comparar com minha amigas, eu não tenho tantas curvas ainda.
Naquela foto nós estávamos felizes, principalmente eu. Ali eu ainda não tinha nenhuma preocupação com o que seria. O mundo adulto, mesmo estando tão eminente, me parecia tão distante, e agora, que tudo o que eu julgava ser o futuro, batia em minha porta, eu estava desesperada.
“Meu nome é Lara Sullivan, tenho 19 anos, me formarei no fim desde mês e me candidato para uma vaga no curso de Biologia. Creio ser uma boa candidata para a vaga em sua faculdade, porque sou uma pessoa esforçada...”.  Seria esforçada a melhor palavra?
Entro no site de pesquisa e procuro por um sinônimo mais elegante... Usar palavras difíceis talvez fosse à solução para esconder minha clara dificuldade em escrever um texto aproveitável.
“sou dedicada?”
“sou empenhada?”
“sou corajosa?”
“tenho diligência?”
A quem eu estou tentando enganar? Eu nem mesmo sabia que existia esta palavra, diligência.
Uma da manhã.
“Meu nome é Lara Sullivan, tenho 19 anos, me formarei no fim desde mês e me candidato para uma vaga no curso de Biologia. Creio ser uma boa candidata para a vaga em sua faculdade, porque sou uma pessoa esforçada, que se dedica aos estudos...”. – começo a evoluir.
Pelo menos agora eu não minto, sempre me dediquei aos estudos, passar de ano sempre foi minha prioridade, não sei exatamente o porquê, talvez porque era a única coisa do qual eu poderia me gabar, ou porque isso significava algum presente especial no fim do ano, dado pelos meus pais, o que, muitas vezes, significava uma viagem durante as férias de verão.
“Meu nome é Lara Sullivan, tenho 19 anos, me formarei no fim desde mês e me candidato para uma vaga no curso de Biologia. Creio ser uma boa candidata para a vaga em sua faculdade, porque sou uma pessoa esforçada, que se dedica aos estudos, obtendo sempre notas acima da media, como se mostra em meu histórico escolar...”.

Escuto um barulho que parece vir do primeiro andar da casa. O barulho parece a de um objeto, não muito grande, caindo ao chão.
Estranho. – penso. Meus pais, numa hora dessas, já deveriam estar dormindo. Mas relevo, talvez seja o gato do vizinho que conseguiu invadir nossa casa mais uma vez.
Escuto mais um barulho, desta vez algo de vidro se quebra.
Aff! Este gato vai quebrar a casa inteira.
Levanto-me da minha escrivaninha e vou até a porta, não iria sair nada mais da minha cabeça naquele momento, então não faria mal tentar, pelo menos, salvar a casa.
Tento abrir a porta, mas ela esta trancada.
Mas como?
Eu nunca tranco minha porta, era uma regra aqui em casa, eu nem mesmo tinha a chave da porta, nem mesmo sei se meus pais sabiam onde ela estava, então, porque ela não abria? Está emperrada?
Tento forçar mais a maçaneta, mas não adianta.
Mais um barulho. Desta vez parece ser algo pesado, como um móvel caindo. Assusto-me. Será mesmo que era só um gato?
Sinto um arrepio em minha nuca só com a possibilidade. Paro de tentar abrir a porta, talvez, se for um ladrão, ele roubasse apenas o que está no primeiro andar, ficar quieta, poderia ser imprescindível neste momento.
Escuto um grito.
É minha mãe.



Continua

Estamos chegando no final (ou será o grande começo?) dessa história. Este capítulo já foi escrito há um bom tempo e por ser muito grande, será dividido em várias partes.
Espero que gostem.

domingo, 12 de março de 2017

9. Daniel (Penúltimo capítulo)



Domingo



Não é normal eu precisar vir até aqui durante os domingos, eu nem mesmo sabia que aqui ficava aberto durante os domingos, mas não nego que gosto de descobrir isso, pois domingo não é um dia feliz para mim. 
 Entro na sala do Dr. Luiz e a sala está bem escura, apenas o abajur da sua mesa está aceso, todas as janelas estão fechadas e tampadas pelas cortinas. Estranho. 
 – Boa Tarde. Doutor Luiz. – digo e assim que ele levanta a cabeça para me olhar, percebo que não se trata do Doutor Luiz.
 – Perdão. – o homem diz. – O Doutor Luiz não pode comparecer hoje, e eu cuidarei da sessão no lugar dele, espero que isso não lhe incomode. – o homem sorri, não consigo ver muitos detalhes, pois está bem escuro na sala, mas seu cabelo brilha sobre a fraca luz, é um loiro dourado, quase como se ele tivesse cabelo feito de ouro. 
 – Eu já estou acostumado com o Doutor Luiz. – digo. 
 – Ele me passou tudo o que devo saber, para poder lhe orientar melhor. – faço uma careta, tudo o que eu digo aqui deveria ser privado, ninguém mais deveria saber.
 – Ele apenas falou o necessário, nada muito intimo, afinal de contas, isso seria ilegal. – o homem fala como se já soubesse do meu pensamento. Eu sorrio fraco. O homem se levanta e me encontra perto da porta. 
 – Meu nome é Dalton. – ele diz, oferecendo-me a mão, eu o comprimento.
 – Daniel. – eu digo. – Mas você já deve saber disso. – falo fraco e ele ri. 
 – Tudo bem, não precisa ficar tímido comigo, você vai ver, você nem vai sentir diferença. – ele diz. 
– Vamos? – ele abre espaço para que eu adentre mais a sala. 
 Entro e vou até o divã que fica perto de uma das janelas, que hoje está fechada. Normalmente por ela consigo ver o céu, as nuvens... No horário em que geralmente venho o sol já está quase se pondo, então minha visão sempre é bem clara e agradável, nada de luz do sol no meu olho. 
 – Fique a vontade, fale comigo como se eu fosse o Doutor Luiz. – Dalton diz de algum ponto atrás de mim. Fecho os olhos e suspiro. Não gosto da troca de doutores, mas preciso falar. Talvez ele seja bom também e possa me ajudar até melhor... 
 – Essa semana foi difícil... – começo. Geralmente já começo dizendo meu problema, mas mesmo tentando ignorar que hoje falo com Dalton, não consigo, por mais que ele tenha dito que já sabe da minha história, meu cérebro não entende e me faz querer falar tudo desde o começo. – Talvez eu realmente não vá mudar de escola novamente. – digo cabisbaixo. 
– Vai ser a quarta só nesse ano... – Dalton escuta atencioso. 
– Não sei como consigo isso. Eu sempre acho que vai ser diferente, mas todos me conhecem, todos riem de mim, todos... Eu tento, mas eu nunca me adapto.
 – Porque você acha que nunca se adapta? – ele pergunta. 
 – Não sei... Quer dizer... No começo eu só era diferente, mas depois teve um vídeo que se espalhou e... O vídeo me persegue até hoje. 
 – Você acha que se não fosse o vídeo, você teria se dado bem nesta escola? 
 – Acho que sim... Pelo menos no começo.
 – E porque apenas no começo? 
 – Porque no fim eles veriam que eu sou diferente.
 – Ser diferente não é ruim, é algo bom...
 – É bom. – confirmo. 
 – Todos nós somos diferentes um dos outros, isso nos torna nós mesmos. – digo à frase que já escutei por várias vezes e que odeio. 
– Mas quando sua diferença lhe impede de se enturmar com as pessoas, isso te atrapalha. 
 – Você só é uma pessoa especial. – Dalton diz e essa é a primeira diferença que sinto entre ele e Doutor Luiz. O meu psiquiatra usual não falaria dessa forma. 
 – Você faz parecer que eu sou deficiente. – reclamo. 
 – Eu não digo nesse sentido. Tanto você quanto eu, somos pessoas especiais. 
 – Você também é louco? – pergunto e ele ri. 
 – Não. – ele responde. – Eu vou te mostrar. – diz. Levanto-me e vou até a janela, abro a cortina e a luz do sol incomoda meus olhos. – Você sabe por que você fez isso? – ele pergunta. Eu estranho sua pergunta, mas logo percebo que ela faz sentindo. Eu não tinha motivo para ter feito isso. 
 – Não sei. – dou de ombros. – Talvez eu quisesse um pouco mais de luz. – não quero que ele pense que sou mais louco do que realmente sou. 
 – Não. – ele contradiz. – Você fez isso porque eu quis que você fizesse. – eu acabo rindo. – Você não acredita? – pergunta. 
 – Não. – respondo obvio. – Você vai sentar agora. – ele diz e eu me sento. Olho para ele, recostado na mesa e ele espera pela minha reação, mas eu não vi o seu ponto ainda. – Você vai levantar a mão direita. – ele diz e eu o faço. Acho estanho minha ação e faço uma careta. 
 – É porque você está falando antes, você está me condicionando a fazer o que você fala. – digo dando de ombros, mais uma vez. 
 – Então tá. – ele diz sorrindo. 
 Levanto-me, começo a pular no chão e a gritar, pareço fazer sons de macacos, como se eu fosse um macaco na floresta, eu pulo e grito, mãos para cima, balançando, pulo encima do divã, que eu estava sentado a pouco, continuo pulando sem dó, não sou grande nem pesado, mas não sei se este móvel aguentaria tantos pulos sem quebrar. 
Sigo pulando e fazendo barulhos, mas, desastrado como sempre, acabo tropeçando em meu próprio pé, tento me equilibrar, mas quando vejo já estou quase caindo, de costas. Minha mente sabe que me machucarei feio, pois o divã fica perto da parede e eu vou cair de costas virada para a parede, provavelmente baterei a cabeça e ficarei mais doido ainda. Dalton me segura pela minha blusa, com apenas uma mão, e eu fico no ar, olho para cima e se ele tivesse esperado mais um segundo, eu bateria com minha nuca em cheio na quina da janela. Estou ofegante, com medo e confuso. 
 – Você fez isso? – pergunto. Ele ainda me segura pela blusa. 
 – Sim. – ele responde e me alça, para que eu fique de pé. Estou de pé, encima do divã e ele de pé no chão e ainda assim não fico mais alto que ele. Vendo de perto seus olhos são claros e ele tem uma barba rala, seu cabelo é realmente dourado e agora que a luz do sol entra pela janela, posso dizer que até mesmo brilha. Ele volta a se sentar, perto da mesa, onde estava antes. – Você pode se sentar ou ficar de pé. – dá de ombros. – Mas já aviso que você não irá fugir. – ele diz. 
 – E porque não? – pergunto enquanto desço do divã. 
 – Você acreditaria se eu te falasse que existem nesse planeta terra, vários seres, seres que os humanos nunca ouviram antes falar? – ele ignora minha pergunta e me faz uma intrigante pergunta. Sento no divã e fico pensativo. 
 – Não sei. – confesso. – Talvez... 
 – E se eu te dissesse que você talvez não seja humano? – pergunta e eu começo a rir. 
 – Eu sou humano. –afirmo. 
 – No mundo temos seres bizarros, alguns feios, de personalidade e aparência, alguns que nunca saem à superfície para os olhos humanos verem. Quer dizer, alguns até saem e chegaram a virar grandes lendas. – sorri. – Outros seres, como eu e você, somos iguais aos humanos, podemos viver entre eles, agir como eles, mas não somos humanos. 
 – Você é louco. – digo. – O que você fez com Doutor Luiz? 
 – Ele está vivo e bem, em casa com a família, provavelmente. – dá de ombros. – Eu quero lhe dar uma oportunidade, Daniel, oportunidade de desenvolver seu poder.
 – Eu não tenho poder. 
 – Você não sabe disso. – ele diz. 
– O seu pai é igual a mim, o poder dele se iguala muito ao meu, aposto você o respeita bem mais do que respeita sua mãe. – ele diz e não posso deixar de ficar desconfiado, eu realmente sempre fiz tudo o que meu pai manda, mesmo sem querer, mesmo sem achar que conseguia, mesmo sem ver. 
 – Ainda assim, isso não prova nada. 
 – O que você perde em vi comigo? 
 – Minha família. – digo após longos segundos pensando. 
 – Eles já sabem que você irá comigo. – ele diz e eu hesito. – Eles querem te proteger, Daniel. Você não e humano, mas é uma mistura de dois seres, dois seres que não devem se misturar. – ele começa a explicar. – Vir comigo é sua melhor chance, seus pais sabem disso, e você deve escolher, eu estou lhe dando a chance de escolher, agarre-se a isso, pois alguns não tiveram. – o que ele diz e a forma com que ele diz me aterrorizam. 
 – Nada disso faz sentido. – falo. – Mas... Seria legal. – pondero. – Ter poder. – me pego rindo ao falar essa palavra. – Eu sou realmente poderoso? – pergunto.
 – Só há uma maneira de descobrir. – ele diz. – Se você vir comigo. – ainda estou desconfiado, toda essa história me parece loucura, mas ele tem um bom ponto e o meu lado garoto sonhador sempre quis que algo assim acontecesse. 
 – Você pode muito bem ser um maníaco querendo me raptar. – digo e ele ri alto. 
 – Um maníaco com poder querendo te raptar... Talvez você devesse aprender a usar seu pode para me derrotar. – ele diz rindo, divertido.
 – Acho que é minha melhor opção. – riu também e entro na brincadeira. – Eu vou. – decido-me. 
– Bem que me falaram que eu iria gostar de você.



Continua

Este é o penúltimo capítulo e nele já se fala um pouco mais sobre o que pode estar acontecendo. No último capítulo mais coisas serão reveladas.
Espero que tenham gostado.


Fernanda: Eita, esse xis parece ser imenso, e muito bom... Aqui onde moro também tem várias coisas boas, e talvez até algumas variações do xis, mas não iguais. Quem sabe um dia vou pro sul e experimento né? Obrigada por comentar. bjsssss

quarta-feira, 8 de março de 2017

Qual deve ser o gênero da próxima história do blogger?

           A história atual do blogger já está quase chegando ao fim, e minha cabeça já está borbulhando com novas histórias. 
          Desta vez quero que vocês escolham o gênero, deixarei uma pesquisa na barra lateral do blogger, que você poderá votar.
          Ainda nesta semana postarei a sinopse de cada gênero, assim vocês poderão ter mais ideia de qual história você gostaria melhor de ler.


Poll para votar na próxima história

domingo, 5 de março de 2017

8. Kami (Antepenúltimo Capítulo)



Domingo

           Raj segura minha mão, mas isso não me impede de seguir tremula.
           Olho para o alto e ele sorri para mim, acalmando-me.
           – Vai ficar tudo bem. – ele diz.
           – Não sei. – digo.
           – Ele vai gostar de você. – ele garante. – E você vai gostar dele. Vocês serão felizes juntos. – ele insiste.
           – Não sei. – repito ainda mais cabisbaixa.
           Ele percebe minha tristeza, solta minha mão e se abaixa, para ficar a minha altura.       
           Raj é alto, ele tem quase 2 metros, já eu sou baixinha, mesmo já tendo 18 anos, não passei de 1,54. Ao abaixar-se ao meu lado, ele fica bem pouco abaixo de mim.
           – Não fique assim, menina Kami, os seus pais não lhe entregará para uma família qualquer. – ele diz com sua voz doce.
           Raj não e apenas um empregado de nossa família, ele é O empregado.
           Minha família é rica, nossa casa é grande e para manter a ordem mantemos um grande número de empregados. Alguns passaram a vida inteira aqui, outros já foram demitidos ou pediram demissão com menos de uma semana de serviço. Raj está aqui desde que eu sou pequena, ele me viu dar os meus primeiros passos.
           Ele começou como motorista, mas hoje é praticamente o mordomo da casa. Ele é bom, sempre esteve ao meu lado e sempre cuidou de mim. Arrisco-me a dizer que ele é como um pai, ele sempre esteve mais presente em minha vida do que meu pai biológico.
           – Eu não quero ir. – digo. – Eu não quero me casar.
           – Você ainda não sabe. – ele acaricia minha bochecha direita. – Casamento é algo bom.
           – Meus pais simplesmente pegaram o cara mais rico que encontraram. – digo. – É tudo por status.
           – E isso é bom, sua vida vai melhorar.
           – Minha vida já esta boa.
           – Kami, não fique assim, você pode se surpreender.
           – Mas Raj.
           – Olhe. É difícil para seu pretendente também. Faça por ele.
           – Eu não quero. – digo e sei que estou sendo chata, mas não consigo evitar.
           – Então faça por mim. – ele pede.

           Equilibro a bandeja com Chaí, e ando devagar para não deixar cair. Estou nervosa e minha mão treme o que faz que esta tarefa simples se torne complicada.
           Após colocar a bandeja na mesa de centro e servir aos pais do meu pretendente e ao meu pretendente sento-me no centro do sofá, no meio de meu pai e minha mãe.
           – Kami foi educada nas melhores escolas do país, é uma menina prendada e muito educada. – meu pai diz.
           – E muito bonita, pelo que vejo. – quem diz é a mãe do meu pretendente.
           Eu sorrio fraco.
           – A menina tem voz? – ela pergunta.
           Olho para minha mãe e ela não demonstra nada, nem apoio, nem repreensão, olho então para meu pai e ele nem mesmo me olha. Sinto meu coração disparar, devo ser discreta, mas também devo ser educada, falar algo pode me manter no quesito educação, mas me fará sair do quesito: discreta.
           Então o que fazer?
           Nem mesmo sei por que meus olhos se focam neste ponto em particular, mas logo vejo um movimento pequeno num breve vão que tem na porta que separa a sala do corredor que fica o escritório de meu pai, a biblioteca e outros cômodos não muito utilizados e a sala em que estamos.
           É Raj, ele tenta me dizer algo, pressiono os olhos na esperança de vê-lo melhor.
           Ele quer que eu fale.
           Abro minha boca, pronta para dizer algo, mas o que dizer? Fecho-a novamente. Olho para a mulher que poderá ser minha futura sogra, e ela não parece muito feliz com minha demora.
           – Eu falo. – digo baixo, mas audível. Isso é tudo o que tenho para dizer.
           – Já estava apensar que a menina era muda. – quem diz é o pai do meu pretendente, ele ri no fim da frase.
           – Perdão. – digo.
           – Ela é um pouco tímida. – meu pai justifica em meu lugar.
           – Vejo. – a mulher responde. – Isso é algo bom. – ela continua. – Assim ela saberá onde é o seu lugar. – olho pra meus pais e eles não parecem se importar com a frase dela, meu pai parece até mesmo concordar. Porém eu fico com um claro medo.
           – Eu quero falar com ela sozinha. – surpreendo-me com a voz do garoto, é uma voz firme e adulta.
           – Não sei se está é uma boa ideia. – quem diz é meu pai.
           – Meu filho é um menino respeitador. Não fará nenhum mal a sua filha. – o meu possível futuro sogro diz.
           Meu pai hesita, ele é mais ligado às tradições do que minha mãe. É mais por ele do que por ela que agora estou neste casamente arranjado.
           – Por alguns minutos apenas. – meu pai responde sem muito animo. – Vamos a meu escritório.
           Meus pais e os pais do garoto se levantam, mas antes de sair, meu pai se abaixa e diz.
           – Cuidado com esse aí, não criei minha filha para ela ficar mal falada. – dito isso ele sai, levanto todos ao seu escritório.
           Belas palavras, papai.
           Ficamos quase um minuto inteiro calados. Olho para meu pretendente, e seu cabelo é de um preto tão escuro que nem sei com o quê comparar, sua pele é morena e lisa, ele ensaia o crescimento de uma barba, não sei se é porque ainda está rala e falha ou se realmente ele não combina com barba, só sei que estraga toda sua possível beleza. Ele se senta a vontade no sofá, não parece estar nervoso nem mesmo preocupado.
           – O que há de tão importante em você? – ele pergunta curioso. Olho-o sem entender sua pergunta. – Dá para você falar alguma coisa? – ele tem bem menos paciência que sua mãe.
           – Não sei o quê você está falando. – digo.
           – Meus pais parecem bem interessados no meu casamento com você e... Tem aquele cara também.
           Que cara? – penso, mas não pergunto.
           – Não vai me perguntar nada?
           – Não.
           – Então é isso? – ele faz uma careta de desaprovação.
           – Eu não sei aonde você quer chegar. – digo e ele não parece gostar.
           Ele se levanta em um pulo, contorna a mesa de centro, para a minha frente. Olho para ele, mas presto atenção mesmo é em sua mão, não quero que ele me toque.
           Ele ri ao ver que quero me afastar.
           – Eu até pensei em não fazer isso, mas... Eu prefiro uma mulher mais... Mulher, você é uma garota. – eu franzo a testa.
           – Você também é um garoto. – ele fecha uma carranca.
           – Você que decidiu seu destino. – ele quase cospe. Vai até a porta. Creio que ele vai embora. Mas não é. Ele deixa um homem entrar, seu rosto está envolto a panos.
           Levanto-me, quero fugir ou gritar.
           – O que você quer nessa aí, em? – o garoto pergunta. Porém o homem o ignora e segue olhando para mim.
           – Ele te incomoda, Kami? – o homem pergunta. – Ele é irritante, não é?
           – Sim. – eu respondo. Meu pretendente não diz nada, apenas começa andar em direção da janela. Ao chegar nela, ele se senta nela, colocando suas penas para o lado de fora.
           – Não. – me desespero. –Ele vai cair – grito, não gosto dele, mas tampouco quero isso. – Ele vai morrer.
           – Fique tranquila – o homem envolto a panos diz. – Você não vai precisar ver isso. – não consigo ver seu rosto direito, mas sinto como se ele estivesse sorrindo o dizer isso.
           Eu caio ao chão já quase desacordada, quero gritar, mas não consigo.
           Fecho os olhos e não os abro mais.

Continua

Capítulo postado, espero que gostem.
O capitulo não ficou tão pequeno, como eu gostaria, mas o próximo ficará menor e trará muita informação.

Fernanda: Acho que quando a gente mora na cidade a gente não vê muito atrativo mesmo não (a não ser quando é uma cidade praiana, porque aí fica bem claro porque as pessoas vão visitar kkkk). Xis, nunca ouvi falar, é feito de quÊ? Muito obrigada por comentar.

Diana: Fique tranquila, isso do meu nome acontece muito... Eu só comentei lá porque eu achei que tinha feito algo errado, mas tudo já foi resolvido. Muito obrigada ;) 

quinta-feira, 2 de março de 2017

Antes de Ilegais de Fernanda Neves



Olá a todos, pedi ao blogger Criticas de Fanfic fazer a critica da história Antes de Ilegais e aqui está:







Olá!
Aqui está uma nova crítica!

Status do blog:
Nome: Antes de Ilegais
Dona do blogue: Fernanda Neves.
História a ser criticada: Antes de Ilegais.

Nota: A fanfic foi criticada até ao capítulo 7, último capítulo postado pela autora.

Visual/Gadgets e outros...: Não tenho nada a falar.

Sinopse: Não sei se essa sinopse ficou curta demais. Inicialmente, antes de ler os capítulos, achei muito curta até ao capítulo que eu li. E ainda continuo sem ter uma opinião certa, contudo se for para deixar apenas mistério "no ar" ela está muito bem escrita.

Capítulos:  "_ Bala, Megan? De novo?" Não sei se no Brasil não acham isso um erro, mas em Portugal esse sinal é chamado de underscore, muito utilizado ao criar e-mails. Não tem nada a ver com o travessão. Esse erro é para todos os diálogos que ocorrem ao longo dos capítulos. Quanto a outros erros, principalmente ortográficos, não tenho muito a dizer porque dá para entender que tem cuidado.
Postar capítulos muito longos pode ser o "fim do artista". O leitor se cansa facilmente. Aconselho a diminuir o tamanho dos capítulos ou a dividir por partes.
Gosto da forma como descreve a vida dos jovens e da maneira que escreve. Parabéns.
Quanto à história, nada tenho a dizer. Apenas que cativa o leitor. Talvez alguns leitores se sintam confusos, mas diferente de deixarem de ler a história, acho que continuarão a ler para entender onde o final levará.

Dicas:
1- Cuidado com os sinais travessão e underscore.
2- Aconselho a diminuir o tamanho dos capítulos ou a dividir por partes.

A minha nota vai ser a nota máxima porque só teve esse erro do travessão. Apenas aconselho a postar os capítulos com um menor tamanho.

Nota 10.

A fanfic foi aprovada por mim, Rui, e vai ter que colocar a crítica no seu blogue, tal como está escrito nas regras.
Pode copiar tudo o que escrevi e colar num post no seu blog, copiar apenas o link... enfim, o que preferir.
Obrigado por se inscrever no Críticas de Fanfics.

Selo:











Agradeço muitíssimo ao Rui pela crítica, foi de todas, a minha maior nota, o que para mim significa que estou indo no caminho certo.
Sobre os capítulos, prometo tentar diminui-los. E sobre minha confusão entre underscore e travessão, confesso que não sabia, eu sempre escrevi falas assim e nunca me chamaram a atenção, mas agora que me foi informado, vou corrigir. 
Sobre a Sinopse eu realmente quis deixar um mistério no ar, mas também tenho que admitir que nunca fui boa em fazer sinopses, eu sempre peco nessa parte, mas é algo que eu venho tentando melhorar. 
Muito obrigada.
bjsss

O Selo da Sobrevivência

Recebi o selo da "sobrevivência" do Blogger da Diana Pinto (Dupla Fatal). Este selo é para passar a todos os autores que continuam no Blogger.


1- Por que resolveu escrever fanfics e há quanto tempo já escreve?
R: Confesso que tive que olhar no Blogger para responder essa pergunta kk. Escrevo desde 2012 e pelo que me lembro eu estava lendo várias fic naquela época. 2012 foi um ano complicado para mim e eu estava precisando de uma forma de distração, acabei começando a escrever, sem muita perspectiva, porque na minha cabeça eu não sabia escrever histórias, romances, apenas musicas ou poesias, mas a historia acabou rendendo, tomando forma, resolvi começar a postar para ver o que dava e deu certo kkkk.

2- Você se considera uma sobrevivente do blogger? Fala um pouco sua trajetória.
R: Confesso que não sei, por um lado sim, afinal ainda posto aqui. Já tive muitos altos de baixos por aqui, tive meu momento de "gloria" em que recebia vários comentários e tudo mais, já tive alguns momentos em que as visualizações era baixíssimas, e também já tive momentos em que mesmo tudo indo bem, eu tinha vontade de desistir, parar de postar, apesar de tudo, eu nunca quis excluir o blogger, talvez tenha algo dentro de mim que sabe que mesmo que eu queira parar, eu nunca vou realmente abandonar a escrita.

3- Relembre três fanfics/escritoras que marcaram sua vida no blogger.
R: Fanfics minhas ou de outras? As minhas ou dizer a primeira, que foi "Recomeçar", pois foi ali que tudo começou. A segunda fic eu diria "Aprendendo a Amar", foi uma das fics que mais gostei e creio que foi uma das que os leitores também gostaram mais e por último vou colocar "Antes de Ilegais", pois ela significa o inicio de uma nova fase minha como escritora. De outras escritoras são vários, mas a maioria já saiu do blogger, então vou colocar apenas as que ainda persistem (ou pelo menos não foram excluidos) Sussurros da Scar, Vidas Trocadas da Silvia, Escola do Terror e Por trás da Cena de Diana Pinto e Jemi uma linda história de amor.

4- Se pudesse trazer três coisas que eram comuns na época, quais seriam?
R: A animação do publico (kkkk), os selos (era tantos e ainda assim eu sempre ficava horas olhando para quem repassar, porque também tinha vários bloggers).

Os três blogs indicados:
Don't Say Goodbye

Só indicarei dois, e ainda assim não se se já foram indicadas, mas tá ai.
Muito obrigada a todos, e não se esquecam, domingo tem capítulo novo.